Os criadores do estado de São Paulo decidiram na segunda-feira (16/6) fixar o preço da arroba da carne suína entre R$68,00 e R$70,00 por arroba, Condições Bolsa. A Bolsa de Comercialização de Suínos do Estado de São Paulo "Mezo Wolters", realizada em Campinas, no Hotel Premium, ratificou um mercado com oferta ajustada de cabeças, animais não muito pesados e negócios sendo fechados cada vez mais próximos da faixa dos R$70,00, numa posição que sacramenta o patamar desenhado na reunião dos suinocultores realizada na semana passada.
"O mercado parece que ficou confuso, mas acertamos na mosca na segunda-feira (9/6). O peço ficou em R$67,00-R$68,00, mas anunciaram negócios a R$65,00 a arroba, um valor que vigorou na primeira semana de junho. Pois bastou os dias passarem para a arroba atingir R$68,00. Um preço que confirma o balanço entre oferta e demanda e a realidade de mercado de cortes em alta", explicou o presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Junior.
Durante a reunião, todos os produtores confirmaram que a semana passada foi marcada por vendas firmes e uma grande procura por parte dos frigoríficos. Mas os bastidores podem ter distorcido o valor de algumas negociações por causa da oferta de carcaça mais barata do suíno do Paraná.
"Vendi para três frigoríficos diferentes, o preço subiu na última comercialização que fiz e um frigorífico ainda arrumou o caminhão para buscar meus animais porque eu estava sem veículo para levar os suínos", contou o criador Carlos Alberto Cunha.
Nos últimos 30 dias, o preço do suíno Paulista foi valorizado em 0,8%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o preço está ainda maior, 16,2% e a comparação sobe mais se olharmos os dois anos passados, 69,7%. Houve recuperação forte, mas se analisarmos apenas 2014 houve queda de 16,2%.
"Há um resgate, mais por causa da soja e do milho, cujos preços ficaram uniformes, e os investimentos que fazemos em produtividade. Se olharmos exclusivamente para o complexo carnes, a suína vem perdendo feio na relação com a carne bovina. Na média do ano passado, ela foi de 61,2%. Hoje, está em apenas 52,8%, o que consegue ser pior do que 2012, ano da crise histórica da suinocultura brasileira, quando a relação ficou em 53,5%.Nossa carne não pode ficar desvalorizada assim. No período 2008 - 2014, a relação já foi de 64%, com picos de mais de 70%. Decididamente, e infelizmente, desgarramos do boi", lamentou o presidente da APCS.
Mas a Bolsa terminou com otimismo. No front externo, o país está embarcando menos, mas faturando mais. A Síndrome da Diarréia Suína (PED) permanece fazendo estragos nos EUA, no Canadá, México e na Colômbia, levando tradicionais compradores a renovarem pedidos ao Brasil. E internamente há tendência de alta e a procura aquecida por cevados.
"Os cortes seguem valorizados há um mês, embalados pela venda de embutidos no inverno e o mercado catarinense também promete por conta das vendas externas. A semana não ajuda muito os negócios por conta de feriado e Copa do Mundo, mas o setor tem espaço para reagir, ainda estamos pelo menos seis reais abaixo dos valores obtidos em outubro do ano passado", concluiu Valdomiro Ferreira Junior.
Fonte: Porkworld. 20 de junho de 2014.
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