A multinacional americana DuPont anunciou na sexta-feira (18) sua entrada no mercado de tratamento de sementes no Brasil, com o lançamento de um inseticida para o controle da lagarta Helicoverpa em lavouras da soja e do algodão. O produto obteve registro emergencial no fim do ano passado no país e já está disponível para venda na atual safra 2014/2015.
"Nossa meta é ser uma das líderes de mercado de tratamento de sementes nos próximos três anos", disse Marcelo Okamura, diretor de marketing da DuPont.
De acordo com Okamura, o inseticida vem sendo comercializado há dois anos nos EUA e também já é vendido em países como Argentina e México. O investimento da DuPont na molécula que originou esse defensivo totalizou cerca de US$260,0 milhões.
O produto será destinado às sementeiras, que fazem o tratamento industrial de sementes, e também aos produtores, que podem adquiri-lo via revendas e cooperativas para realizar a aplicação na fazenda. Não há produção local: o defensivo será importado dos EUA e reembalado no Brasil.
O tratamento de sementes parte do princípio de que revestir a semente com produtos como defensivos e fertilizantes ajuda a proteger a planta durante o processo de germinação e garantir seu potencial produtivo. Estima-se que o mercado global de tratamento de sementes movimente hoje algo entre US$2,5 bilhões e US$3,0 bilhões, mas o potencial é de alcançar a casa dos US$4,0 bilhões até 2018. O Brasil responde por R$700,0 milhões a R$800,0 milhões do montante atual e tem crescido cerca de 15% ao ano desde 2010. Mais de 90,0% da área plantada com soja recebe sementes tratadas no país atualmente, segundo a DuPont.
O faturamento global da companhia somou US$36,0 bilhões em 2013, dos quais US$11,7 bilhões vieram no setor agrícola. Okamura diz que o tratamento de sementes ainda responde por "uma fatia pequena, alguns milhões" da receita da DuPont, mas que a empresa vê "muito potencial" nesse mercado. A múlti espera que até o início de 2015 o inseticida obtenha o registro também para a cultura do milho no Brasil.
Fonte: Valor Econômico. 21 de julho de 2014.
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