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Cuba e Estados Unidos decidem reestabelecer relações diplomáticas


Quarta-feira, 17 de dezembro de 2014 - 16h31

Estados Unidos e Cuba deram um passo histórico hoje e decidiram restabelecer relações diplomáticas rompidas desde 1961 e adotar uma série de mudanças que ampliarão o comércio e o fluxo de pessoas entre os dois países. Nos próximos meses, os americanos devem abrir uma embaixada em Havana, colocando fim a um período de cinco décadas sem presença oficial na ilha.

Ontem, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro conversaram por telefone por quase uma hora, no primeiro contato do tipo entre líderes dos dois países desde a Revolução Cubana.

As negociações entre os dois países começaram em junho de 2013 e foram realizadas em uma sucessão de encontros no Vaticano e no Canadá. Segundo a Casa Branca, o papa Francisco teve papel crucial na reaproximação. Cuba foi o principal assunto discutido no encontro que o pontífice teve com Obama em maio. Pouco depois, o papa enviou carta aos presidentes dos dois países pedindo a normalização das relações.

Os anúncios de hoje não colocam fim ao embargo econômico dos EUA à Cuba, que só pode ser levantado por decisão do Congresso. Mas eles exploram todos os limites legais para ampliar os laços econômicos, diplomáticos e pessoais entre os países.

"O presidente Obama está convencido que o embargo não funcionou", disse um assessor da Casa Branca. Segundo ele, apesar de haver apoio nos dois partidos à normalização das relações com Cuba, ainda existe considerável oposição entre os parlamentares.

Na manhã de hoje, Havana libertou o americano Alan Gross, que estava preso havia cinco anos na ilha, eliminando o principal obstáculo à reaproximação com os EUA. O governo Raúl Castro também concordou em libertar um espião americano que estava preso havia 20 anos. Em troca, os EUA libertaram três espiões cubanos condenados em 2001.

Os EUA esperam que a mudança melhore sua relação com a América Latina, onde o embargo à Cuba é condenado de maneira unânime. Como parte da reaproximação, a Casa Branca anunciou que Obama participará da Cúpula das Américas, que será realizada no Panamá em abril e para a qual Cuba foi convidada pela primeira vez na história.

Os anúncios de hoje incluem a autorização no uso de cartões de crédito e débito americanos em Cuba, a ampliação das autorizações de viagens de residentes nos EUA à ilha, a ampliação de US$500 para US$2.000 no valor de remessas trimestrais à ilha e o aumento no valor de exportações e importações entre os dois países.

Entre as medidas mais importantes está o sinal verde para que empresas de telecomunicações americanas, incluindo de internet, operem em Cuba.

Gross foi condenado a 15 anos de prisão em 2011 por tentar criar uma rede de internet para a comunidade judaica em Cuba. O governo o acusou de "promover atividades desestabilizadoras e subverter a ordem constitucional".

Fonte: O Estado de São Paulo. Por Cláudia Trevisan. 17 de dezembro de 2014.


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