Responsável por aproximadamente 40,0% das exportações brasileiras de soja e milho, o porto de Santos se prepara para evitar que o escoamento da safra recorde de grãos, em fase inicial de colheita, provoque o caos logístico semelhante ao ocorrido há dois anos, quando houve imensos congestionamento nas vias de acesso aos terminais portuários.
A partir da quinta-feira da próxima semana (19/2) entrará em vigor a chamada Operação Safra 2015, uma parceria entre o setor público, tradings, transportadores e operadores portuários, que irá colocar em prática as estratégias destinadas a superar os gargalos logísticos.
Os agentes do setor se reuniram na terça-feira (10/2), em Santos, para detalhar as principais ações que serão desenvolvidas, como obras de ampliação da malha ferroviária dentro do porto, sincronização de semáforos nas passagens de nível, duplicação de vias e troca das chaves elétricas nas linhas férreas, que ainda são operadas manualmente.
O superintendente de Infraestrutura e Serviços de Transporte Ferroviário de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Jean Mafra dos Reis, calcula que o conjunto das intervenções vai resultar na movimentação de 4,0 milhões a 4,5 milhões de toneladas a mais em 2015.
O diretor de Planejamento Estratégico e Controle da Codesp, Luis Cláudio Santana Montenegro, lembra que no ano passado, o primeiro em que foi realizada a Operação Safra, não foram registrados problemas de congestionamento nas vias de acesso aos terminais, devido à implantação da obrigatoriedade de agendamento dos caminhões que descem para a Baixada Santista.
Ele conta que 95,0% dos caminhões seguiram a norma do agendamento e houve 85,0% chegaram ao porto dentro do prazo previsto, sem causar transtornos. No caso de descumprimento das regras, os operadores dos terminais portuários foram multados e alguns deles repassaram a cobrança para os caminhoneiros.
Segundo ele, para este ano o programa será aprimorado, com a disponibilização de mais um pátio para estacionamento temporário de 650 caminhões na Baixada Santista. Ele lembra que a ação é coordenada por um grupo formado por representantes da Secretaria de Portos (SEP), ministérios da Agricultura e dos Transportes, além de entidades federais, estaduais, administrações municipais, concessionários rodoviários, ferroviários e hidroviários, associações, sindicatos, embarcadores, armadores e terminais portuários.
Outra ação que será colocada em prática nesta safra é a fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nas principais rodovias por onde a safra é escoada. Basílio Militani Neto, coordenador de fiscalização da ANTT, conta que serão montados dois postos em Mato Grosso do Sul (Paranatinga e Aparecida do Taboado) e outros dois em São Paulo (Araraquara e Limeira). Os fiscais federais vão abordar os caminhoneiros para checar documentação das cargas e constatar se existe agendamento para o porto de Santos.
Basílio disse que ainda neste ano o governo federal deve realizar licitação visando a compra de equipamentos para na próxima safra tornar a fiscalização eletrônica. Antenas nas rodovias irão transmitir dados em tempo real sobre os caminhões, que deverão ter no para-brisa um selo de identificação. Ele explicou que será possível obter informações atualizadas sobre o tipo de carga, a origem, nome do contratante e agendamento no porto de Santos.
Com base nos dados, a ANTT poderá acompanhar o fluxo de veículos e detectar os gargalos que devem ser resolvidos.
Fonte: Globo Rural. Por Venilson Ferreira. 10 de fevereiro de 2014.
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