Pesquisa divulgada na quinta-feira (12/2) pela Fundação Getulio Vargas indica piora no clima econômico da América Latina entre outubro de 2014 e janeiro deste ano. A queda nos índices é consequência tanto das avaliações em relação ao estado atual dos negócios quanto das expectativas em relação aos meses seguintes, o que indica que o momento "ainda é de cautela".
Elaborada em parceria com o Instituto Alemão Ifo e com dados da Ifo World Economic Survey (WES), a pesquisa mostra que o clima econômico na região caiu 6,3%, ao passar de 80 pontos, em outubro de 2014, para 75 pontos, em janeiro de 2015. O Indicador da Situação Atual (ISA) caiu 9,4%, e o Indicador de Expectativas (IE) recuou 4,2%. "Todos os indicadores se encontram na zona desfavorável do ciclo e a piora generalizada sinaliza avanço na deterioração do clima econômico", avalia a FGV.
O Brasil ocupa, pela quarta vez consecutiva, o décimo lugar no ranking do Índice do Clima Econômico (ICE) da América Latina, que é liderado pelo Peru. Os dados mostram que os indicadores brasileiros da Situação Atual e de Expectativas fircaram iguais aos de outubro de 2014: o ISA permaneceu em 30 pontos e o IE, em 84 pontos. Para a FGV, a manutenção dos índices reflete a expectativa da entrada em vigor de medidas anunciadas pelo governo federal.
"Pela Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV, os especialistas parecem estar esperando que as medidas prometidas de ajuste macroeconômico entrem em operação. Além disso, perspectivas de alta da inflação, baixo crescimento e problemas no abastecimento de água e energia não ajudam na melhora das expectativas do país", conclui o estudo.
A sondagem na América Latina mostra que o clima econômico apresentou melhora na Argentina, no Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, sendo que apenas o Paraguai e o Peru ficaram na zona favorável. A Bolívia, a Colômbia, o Equador e o México registraram queda no ICE. Apesar da queda, a Bolívia se manteve na zona favorável e em segundo lugar no ranking. A Venezuela se mantém na pior colocação do ranking, pela terceira vez seguida.
A Sondagem Econômica da América Latina serve para monitoramento e antecipação de tendências econômicas e é elaborada com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia - simultaneamente - em todos os países da região, o que permite elaborar um retrato da situação econômica de países e blocos econômicos. Em janeiro de 2015, foram consultados 1071 especialistas econômicos em 117 países, dos quais 133 da América Latina.
Fonte: Agência Brasil. 12 de fevereiro de 2015.
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