Nessas operações, chamadas ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio), o exportador repassa ao banco o direito de receber no futuro o pagamento do que foi exportado e recebe o valor adiantado, pagando juros.
O exportador recebe em reais, no câmbio atual. Com a imprevisibilidade do câmbio, os prazos desses contratos ficaram menores. De dez meses, média em 2013, passaram a apenas seis.
Diante da instabilidade, a indústria não tem fechado adiantamentos por prazos superiores a 90 dias; apenas grandes exportadores de commodities conseguem prazos de dois anos.
Em fevereiro, o volume dessas operações caiu para US$2,18 bilhões, 36,0% menos que os US$3,42 bilhões do mesmo mês de 2014. No mês passado, o dólar saltou de R$2,67 para R$2,86.
A situação continuou instável no início de março, quando o dólar subiu quase 15,0% de R$2,86 para R$3,28 até a manhã desta terça (17/3). Só foram fechados US$685,00 milhões em adiantamentos na primeira semana do mês, dado mais recente do BC.
O volume diário é quase 15,0% menor do que no mesmo período do ano passado, mas supera o de fevereiro.
"O problema não é tanto o valor do dólar, mas a volatilidade. O exportador está com dificuldade para encontrar um ponto de equilíbrio. Mas vai ter que achar essa taxa", diz Tarcisio Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista.
Fonte: Folha de São Paulo. 20 de março de 2015.
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