Apesar da alta de 30% nas exportações em 2015 ante igual período de 2014, por conta da valorização do dólar, o Brasil é considerado um país de alto custo e de menor competitividade do que os concorrentes Índia e China no mercado internacional de máquinas agrícolas.
A avaliação é da AGCO, dona de marcas como Massey Ferguson e Valtra, feita por executivos da companhia durante a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Ribeirão Preto (SP).
"Com o dólar estamos voltando a novamente ser competitivos", disse Alfredo Jobke, diretor de Marketing da AGCO na América Latina.
"Mas até 2005 ou 2006, exportávamos o mesmo que vendíamos no mercado interno. Desde então (com o dólar desvalorizado) o Brasil deixou de ser país de baixo custo e perdeu a competição para outros países", completou Carlito Eckert, diretor Comercial da Massey Ferguson.
Além do dólar, outra preocupação da companhia são as incertezas sobre as condições de financiamento para a safra agrícola 2015/16.
Para Eckert, em um cenário no qual o governo sinaliza juros próximos à inflação deste ano, em torno de 8%, o volume de recursos se torna o fator fundamental para gerar negócios no setor. "Tendo dinheiro vai ter demanda", resumiu o executivo.
Até agora, no entanto, o segmento patinou no primeiro trimestre de 2015. As vendas de colheitadeiras recuaram 42% ante igual período de 2014, de 2,0 mil unidades para 1,1 mil unidades. Já as vendas de tratores caíram 13,9% em iguais períodos, para 9,75 mil unidades.
Fonte: Estadão Conteúdo. 28 de abril de 2015.
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