O Brasil importou 418 mil toneladas de agroquímicos no ano passado, incluindo produtos técnicos e formulados. O resultado marca um novo recorde de compras no exterior: US$7,3 bilhões, e significou aumento de 2,4% em relação a 2013, quando haviam sido importados US$7,1 bilhões.
Os inseticidas foram responsáveis por US$2,7 bilhões do total - o equivalente a 127,5 mil toneladas. O volume representou uma forte alta de 13,26% na comparação anual entre 2013 e 2014, influenciada principalmente pelo surto de Helicoverpa armigera e falsa medideira nas culturas de grãos e algodão.
A liderança nas importações, porém, segue sendo dos herbicidas, com 225,19 mil toneladas. O número permanece alto, apesar de registrar uma queda de 5% em 2014 - reflexo da seca que atingiu o Brasil no ano passado país e reduziu a incidência de ervas daninhas.
"O fato é que seguimos altamente dependentes de importação em defensivos. Em torno de 80% dos produtos vendidos no Brasil são de origem importada", afirmou Ivan Sampaio, gerente de informação do SINDIVEG, que é responsável pelo levantamento. Ele lembra que, dos 300 ingredientes ativos disponíveis atualmente no mercado, apenas dez são sintetizados no Brasil: "Esse cenário é o oposto das décadas de 1970 e 1980, quando 80% do produto comercializado no país vinha do mercado local", afirmou.
De acordo com ele, os entraves regulatórios são o principal problema enfrentado pelo setor. Para as indústrias, tem sido mais fácil importar um produto do que fabricá-lo no País. "Há muita restrição, muita fiscalização. E não tem isonomia com o produto importado", destacou Sampaio. Segundo o dirigente, outro fator complicador é a morosidade no processo de autorização de novos registros.
Fonte: Agrolink. Por Leonardo Gottems. 30 de abril de 2015.
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