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Brasil não aproveita aumento de importações do agronegócio dos EUA


Segunda-feira, 11 de maio de 2015 - 08h29

Como o Brasil, os Estados Unidos sofrem o efeito da desaceleração dos preços das commodities no mercado mundial.

Além de perder receitas com a queda nos preços, o país também exporta menos devido à valorização do dólar.

A atualização dos dados da última semana (8/5) do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indica que o saldo comercial obtido pelo país no mês de março foi o menor dos últimos seis anos para o período.

Os Estados Unidos estão exportando menos, mas importando mais. E o Brasil, concorrente dos norte-americanos na área de grãos, poderia se aproveitar do aumento de importações deles em outros setores.

Barreiras sanitárias nas carnes e falta de aptidão do Brasil para produtos como frutas e vegetais -frescos ou industrializados - deixam o país fora de uma das maiores demandas dos EUA.

A importação de carne vermelha pelos EUA subiu para US$5,1 bilhões neste ano fiscal (outubro de 2014 a março de 2015), 61% mais do que em igual período anterior.

As compras norte-americanas de carne bovina aumentaram 88% no período, enquanto as de suínos cresceram 18%.

No setor de frutas, os gastos dos EUA foram de US$7,0 bilhões neste ano fiscal, com avanço de 10%. Já as importações de vegetais consumiram US$6,3 bilhões de receitas do país.

Os principais fornecedores de frutas e de vegetais para o mercado dos EUA são todos países latino-americanos, mas o Brasil está ausente dessa lista.

No setor de grãos, os norte-americanos perderam espaço nas vendas externas de trigo e de milho, mas ganharam nas de soja.

Os dados do USDA indicam que venderam 42,6 milhões de toneladas da oleaginosa, principalmente para a China, que comprou 28,4 milhões.

Mas os chineses estão participando menos do mercado. Adquiriram apenas 871 mil toneladas de soja dos EUA em março, 40% menos do que em igual mês de 2014.

As exportações totais do setor de agronegócio dos EUA somaram US$79,2 bilhões neste ano fiscal, 8% menos do que em igual período anterior. Já as importações subiram para US$56,8 bilhões, 8% mais.

Sem imposto - No primeiro mês de vigência da resolução da Camex que zerou as alíquotas de importação de cápsulas de café, as compras externas subiram. Os preços médios, no entanto, caíram, devido ao avanço das importações em mercados menos tradicionais.

Espanha - As importações de cápsulas da Espanha e de Portugal disparam em abril em relação às de março. Os espanhóis venderam 50 mil quilos, com avanço de 1.415%.

Portugal - Já os portugueses, ao colocar 23 mil quilos do produto no mercado brasileiro, aumentaram em 657% as vendas para o Brasil. As vendas suíças caíram 31% no período.

Máquinas - Os dados são da Secex, que apontou queda nas vendas de máquinas para o preparo de café e de chá no mês passado.

Mais da Itália Entraram 293 mil máquinas no mês passado no país, 57% menos do que em março. Enquanto a China exportou 62% a menos, a Itália elevou em 1.376% as vendas para o Brasil.

Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 8 de maio de 2015.


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