O ritmo mais lento da economia brasileira tem refletido nas exportações do agronegócio paranaense. Em abril, por exemplo, o Estado exportou US$1,14 bilhão em produtos agropecuários, ante US$1,40 bilhão movimentado pelo setor no mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (DERAL), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB). Em volume, no mês passado, o agronegócio paranaense exportou 2,1 milhões de toneladas, queda de 4,5% frente aos 2,2 milhões de toneladas do mesmo período de 2014.
Marcelo Garrido, economista da entidade, afirma que a queda nas vendas do complexo soja (grão, óleo e farelo) ao exterior foi o principal fator dessa desaceleração no todo. No mês passado, o setor comercializou US$653,10 milhões, contra US$903,00 milhões contabilizados em abril de 2014. Em volume a retração foi de 5,5%, de 1,8 milhão de tonelada para 1,7 milhão. Vale lembrar que na safra verão 2014/15 o estado produziu 16% a mais em volume de grãos se comparado ao ciclo anterior, quando foram colhidas 16,88 milhões de toneladas da oleaginosa.
O economista do DERAL explica que o volume menor nas negociações do complexo soja se justifica porque nestes primeiros meses do ano o produtor não estava muito interessado em comercializar a sua produção porque esperava um melhor momento para vender a sua soja. Nesse período, o dólar estava registrando sucessivas altas, o que poderia elevar ainda mais a rentabilidade do agricultor que decidisse vender a sua oleaginosa para o exterior, mas os produtores aguardavam uma valorização ainda maior do câmbio. Garrido salienta que, a partir do momento em que o preço do dólar frente ao real começou a recuar, os agricultores começaram a escoar mais a sua produção porque perceberam que a moeda norte-americana não ir mais se valorizar tanto.
De janeiro a abril deste ano, as exportações do agronegócio paranaense somaram US$3,44 bilhões, contra US$ 4,2 bilhões comercializados no mesmo período de 2014. No ano passado, as exportações do setor agropecuário do Paraná somaram US$12,63 bilhões. Desse total, US$5,48 bilhões foram relativos somente ao complexo soja.
Brasil
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) calculou que no mês de abril houve uma queda de 26,5% na receita das exportações do agronegócio brasileiro. Ao todo, foram embarcados no período US$7,07 bilhões. Contudo, o saldo da balança comercial ainda assim ficou positivo, já que no mesmo mês as importações tiveram queda. Em abril de 2014 foram importados US$1,45 bilhão, contra US$1,12 bilhão em abril deste ano.
Um dos motivos para essa queda nas exportações no mês passado, segundo o Mapa, foi devido à paralisação de 10 dias do Porto do Santos motivado por um um incêndio em um canal de escoamento que prejudicou principalmente os embarques de soja em grão e açúcar. De acordo com Alberto Fonseca, diretor de Promoção Internacional do Agronegócio do Mapa, o impacto nos embarques de soja em grãos ocorrido no porto foi de 88,5% em valor e 85,0% em quantidade.
Responsáveis por 83,9% do valor exportado, o complexo soja, as carnes, os produtos florestais, o café e o complexo sucroalcooleiro foram os principais setores exportadores do agronegócio em abril. Só o complexo soja somou US$3,10 bilhões. A soja em grãos foi o principal produto exportado, com embarques de 6,5 milhões de toneladas e US$2,53 bilhões em receita. Nos embarques, houve queda de 20,6% se comparado ao mesmo período de 2014. Além dessa diminuição, houve queda de 22,8% no preço médio de exportação.
As carnes ficaram na segunda posição dentre os principais setores que exportam produtos agropecuários. As vendas do setor chegaram a US$1,15 bilhão em abril. A carne de frango foi o principal produto exportado do segmento, com US$557,70 milhões, seguido pela carne bovina, que somou US$445,50 milhões.
No geral, o agronegócio nacional exportou no mês passado 11,8 milhões de toneladas, queda de 17,4% frente às 14,3 milhões de toneladas de abril de 2014.
Fonte: Globo Rural. 13 de maio de 2015.
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