A combinação entre valorização do dólar, melhor desempenho operacional e ganhos de mais de R$700,00 milhões com instrumentos de hedge impulsionou os ganhos da JBS no primeiro trimestre de 2015.
A empresa brasileira encerrou o período com lucro líquido de R$1,39 bilhão, 20 vezes mais do que no mesmo intervalo do ano passado (R$69,98 milhões).
No primeiro trimestre, a JBS teve forte crescimento na receita com as vendas, puxada tanto pela valorização do dólar sobre o real quanto pelo aumento no volume vendido na maior parte de suas divisões.
Nesse contexto, a receita líquida da JBS atingiu R$33,82 bilhões no primeiro trimestre, incremento de 28% na comparação com os R$26,42 bilhões registrados no mesmo intervalo de 2014.
Na mesma base de comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 57,6%, somando R$2,76 bilhões. A margem Ebitda ajustada também cresceu, passando de 6,6% no primeiro trimestre do ano passado para 8,8%.
No lado financeiro, a JBS foi beneficiada por ganhos com hedge. A companhia tem como política proteger quase toda sua exposição cambial, o que a coloca em posição oposta à dos concorrentes, que tiveram forte prejuízo "não-caixa" no primeiro trimestre devido ao impacto da valorização do real sobre as dívidas em dólar.
No primeiro trimestre, o resultado financeiro da JBS foi positivo em R$83,86 milhões, ante a perda financeira de R$869,33 milhões do mesmo período de 2014.
Esse resultado foi puxado pela diferença positiva de R$730,00 milhões entre os ganhos de R$4,49 bilhões com derivativos (instrumentos de hedge) e a perda de R$3,76 bilhões com variação cambial ativa e passiva.
No lado operacional, a empresa também se beneficiou da melhor margem em praticamente todas as divisões JBS Foods, Pilgrims e JBS USA tiveram melhor desempenho.
A única exceção ficou por conta da JBS Mercosul, que reúne as operações de carne na região. Essa divisão foi impactada pela forte alta dos preços do gado e pela fraca demanda no Brasil e no exterior, o que derrubando a margem Ebitda de 10,4% para 5,6%.
Fonte: Valor Econômico. Por Luiz Henrique Mendes. 20 de maio de 2015.
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