O Brasil teve 50,0% menos empresas bilionárias neste ano nas exportações do agronegócio. De janeiro a abril, apenas três superaram essa marca. Em igual período do ano passado, eram seis.
BRF, ADM e Louis Dreyfus deixaram a lista das bilionárias, hoje composta por Bunge, Cargill e JBS.
A queda de preços das commodities no mercado internacional faz o país perder receitas, e essas seis empresas participaram com 10,5% das exportações totais do Brasil no período. Em 2014, a participação havia sido de 12,3%.
Além das empresas do agronegócio, as de mineração também vendem menos ao exterior. Só a Vale, ao exportar US$4,1 bilhões, teve queda de receitas de US$3,3 bilhões no quadrimestre em relação ao mesmo período de 2014.
Dados da SECEX (Secretaria de Comércio Exterior) indicam que, entre as 40 principais empresas exportadoras deste ano, 19 são do setor de agronegócio.
Perderam espaço as de grãos e as de carnes. As líderes em grãos são Bunge e Cargill, enquanto JBS e BRF estão à frente nas carnes.
Apesar da conjuntura desfavorável para a maioria das empresas, as do setor de celulose ganharam corpo.
Classificadas entre as 20 principais do setor, Suzano e Fibria elevaram a participação nas exportações do país.
A demanda por papéis no lar -como guardanapos e toalhas- e oscilações menores de preços da celulose, em relação às demais commodities, seguram as receitas com as vendas externas.
As empresas de suco de laranja também melhoraram o desempenho e ganharam participação na exportação.
A Citrosuco aumentou em 16,0% as receitas neste primeiro quadrimestre em relação a igual período de 2014, enquanto a Sucocítrico Cutrale faturou 9,0% mais.
As 40 principais empresas exportadoras tiveram receitas de US$27,1 bilhões de janeiro a abril, queda de 21,0% sobre igual período de 2014.
Vale e Petrobras cooperaram muito para essa queda. A primeira teve recuo de 45% nas exportações, em dólares, enquanto a Petrobras perdeu 25% no período.
Um dos destaques ficou para a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, que teve uma elevação de 103,0% nas exportações deste ano. Com preços internacionais melhores e aumento de volume, as exportações de café da cooperativa somaram US$294,0 milhões no período.
Importações
Se as exportações não vão tão bem como as do ano passado, as importações também recuam em 2015.
Pressionados por custos mais elevados, os produtores vão pisar no freio em alguns gastos, e as empresas se preparam para isso.
Entre os setores que têm as maiores quedas nas importações no quadrimestre estão os de máquinas agrícolas e os de insumos para a proteção de cultivos.
Já as compras externas de fertilizantes mantêm alta neste ano. A Yara, que liderou as importações, gastou US$432,0 milhões, alta de 24,0%.
Consumo de açúcar se iguala à produção
Pela primeira vez em seis anos, a produção mundial de açúcar não vai superar o consumo. Em queda há três anos, a oferta mundial vai se igualar à demanda, que atingirá um recorde de 173,4 milhões de toneladas em 2015/16.
É o que mostram dados do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), divulgados na sexta-feira (22/5).
Na avaliação do órgão, a produção mundial cai mesmo com uma ligeira recuperação do Brasil - líder mundial -, cuja safra atingirá 36,0 milhões de toneladas.
Além disso, a Tailândia -quarto maior produtor mundial- terá um recorde de 11,4 milhões de toneladas.
Com a desaceleração da produção, o estoque mundial de açúcar cai para 40,5 milhões de toneladas, 4 milhões menos do que o de 2014/15.
Os líderes em exportações são Brasil, Tailândia e Austrália. Os brasileiros colocarão 24,3 milhões de toneladas de açúcar no mercado externo; tailandeses, 8,3 milhões; e australianos, 3,7 milhões.
Fonte: Folha de São Paulo. Mauro Zafalon. 23 de maio de 2015.
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