As modificações tributárias que encareceram a gasolina acarretaram um efeito positivo para as usinas de etanol, que atingiram recorde de vendas do biocombustível hidratado.
No Centro-Sul, só nos dois primeiros meses e meio da safra 2015/16, houve um incremento de 1,1 bilhão de litros no comparativo anual.
O restabelecimento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), o reajuste do PIS/Cofins e a redução de 19,0% para 14,0% na alíquota de ICMS sobre o hidratado em Minas Gerais foram os principais motivos que favoreceram o consumo doméstico do etanol a partir de abril quando foi dada a largada da safra atual.
"O que aconteceu nesse período foi que o ciclo Otto [demanda brasileira por combustíveis em geral] como um todo não está crescendo. Em maio, [esse índice] foi negativo em 3,8%. Com isso, o etanol fica mais competitivo. A comercialização de gasolina teve um decréscimo e a de etanol aumentou mais de 50,0%", avalia o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues.
Dados recentes da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compilados pela área de economia da UNICA, indicam que a participação do etanol hidratado, respondeu, em maio de 2015, por aproximadamente 23,0% da demanda de combustíveis do ciclo Otto.
Esse resultado supera muito os percentuais registrados no mesmo mês de 2014, (em 15,7%) e de 2013 (aos 14,8%).
Já a gasolina, na comparação entre o aferido em maio de 2014 e de 2015, a demanda diminuiu em mais de 12,0%, segundo a entidade.
Ao DCI, Pádua disse que, a princípio, as vendas devem se manter no mesmo patamar, visto que não há nenhuma perspectiva de mudança para o preço da gasolina.
Em geral, o consumidor toma a decisão com base no diferencial de valor na bomba, principalmente, explica o executivo, quando a diferença chega a R$1,0.
"Perspectivas sobre oferta e demanda para frente vão depender do andamento da economia. Capacidade instalada para atender nós temos e o etanol continuará sendo mais competitivo no mix do que o açúcar, para o produto", acrescenta Padua.
Fonte: DCI. 30 de junho de 2015.
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