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Scot Consultoria

Com R$478,3 bilhões, agropecuária terá aumento de receita de 5%


Sexta-feira, 17 de julho de 2015 - 16h05

Enquanto a indústria brasileira está mergulhada na crise, a agropecuária nacional vai de vento em popa, estimando um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$478,30 bilhões - montante 5% superior ao registrado em 2014.

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o resultado positivo será impulsionado pela safra recorde de grãos e pelo bom desempenho da pecuária. "Como os preços relativos não sofreram grandes alterações, esse crescimento é atribuído ao aumento da produção", afirma Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da CNA, mencionando que a agricultura deve atingir uma receita bruta de R$299,00 bilhões, montante 6,1% maior do que o registrado no ano passado, enquanto a pecuária nacional vai faturar R$179,20 bilhões, com incremento de 5,4%.

Dados da CNA apontam que a soja vai registrar um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$103,10 bilhões, 14,3% a mais do que em 2014, por causa do recorde de produção da oleaginosa na safra 2014/15. Outro destaque do setor é o café, que deve encerrar o ano com faturamento de R$21,70 bilhões, 10,5% acima do que em 2014. "O café já representa uma situação inversa, já que a valorização de 13,2% dos preços, frente ao ano passado, impulsiona o resultado do setor que terá um volume de produção bem próxima do obtido no ano passado", diz Conchon.

Na pecuária, o resultado positivo será alavancado pela produção de carne bovina, que deve obter uma receita 13,6% acima do registrado em 2014, totalizando R$89,30 bilhões. Essa expansão se deve ao aumento do preço da arroba no mercado decorrente da menor oferta de animais para o abate. Já o VBP da suinocultura deve crescer 8,2%, atingindo o montante de R$14,90 bilhões no ano.

Por outro lado, o resultado das exportações do agronegócio no primeiro semestre do ano registrou queda de 11,9% em relação ao mesmo período de 2014, somando US$43,26 bilhões, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Mesmo assim, o agronegócio representou quase metade (45,9%) das vendas externas do Brasil. O complexo soja obteve um recorde no volume de embarques, de 32,25 milhões de toneladas, mas com uma receita de US$15,97 bilhões - US$4,23 bilhões a menos do que o registrado no mesmo período de 2014. As vendas externas de carnes faturaram US$6,94 bilhões, sendo que 48,7% das receitas foram concentradas pela carne de frango, que somaram US$3,38 bilhões - com queda de 9,1%. A exportação de carne bovina faturou US$2,70 bilhões, com queda de receita de -20,1%.

As exportações do complexo sucroalcooleiro somaram US$3,85 bilhões no primeiro semestre de 2015. As receitas do açúcar recuaram 10,5% por causa da retração de 12,5% da cotação da commodity no mercado internacional que não foi compensado pela ampliação de 2,2% nos volumes embarcados em 225 mil toneladas. As exportações de álcool tiveram queda ainda maior, de 43,7%, somando US$294 milhões.

Entre os cinco principais setores do agronegócio brasileiro, o café foi o único a apresentar crescimento tanto em quantidade (+0,3%), quanto em preço (+8,3%). Esse desempenho resultou numa receita de US$3,16 bilhões no semestre, com alta de 8,7% no comparativo com o primeiro semestre de 2014.

Entre os principais mercados dos produtos agropecuários brasileiros, os principais destaques do mês de junho foram China, Estados Unidos, Países Baixos, Alemanha e Rússia, cujas importações somaram US$4,82 bilhões em divisas - quase 53% do total no mês. Esses países tiveram grande peso nas exportações brasileiras de soja, papel e celulose. Carnes bovina, suína e de frango, café, suco de laranja e açúcar.

As maiores importações chinesas foram do complexo soja, com US$2,95 bilhões, seguidos dos produtos florestais, com US$144,90 milhões. O setor de carnes foi o terceiro mais importado pela China, com US$84,11 milhões, sendo que US$63,70 milhões foram destinados à aquisição de carne de frango, outros US$20,12 milhões para a carne bovina e mais US$288,38 mil para a carne suína.

Fonte: Brasil Econômico. Por Patrycia Monteiro Rizzotto. 16 de julho de 2015.


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