O cenário internacional e nacional mudou, e o carro-chefe das exportações agrícolas, a soja, vai melhorar a posição na balança comercial brasileira.
Os novos números do setor divulgados na sexta-feira (24/7) pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) são impressionantes.
O Brasil deverá exportar, pela primeira vez, um volume superior a 50 milhões de toneladas de soja em grão. O processamento interno sobe para 40,1 milhões de toneladas, resultando na produção de 30,4 milhões de toneladas de farelo e de 8 milhões de toneladas de óleo.
Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove, diz que o desempenho das exportações está acima do esperado, o que fez a associação a revisar os números de vendas externas da soja para cima.
Mas a demanda externa está favorável não só para a soja em grãos, mas também para farelo e óleo, segundo ele.
O país deverá exportar 15,2 milhões de toneladas de farelo, 3% mais do que se esperava no mês passado.
Já as vendas externas de óleo sobem para 1,3 milhão de toneladas, volume que, se concretizado, superará em 24% as estimativas de junho.
Internamente, o esmagamento de soja é favorecido, ainda, pelo consumo crescente de biodiesel, já que 75% do produto vem da soja, afirma Amaral.
A Abiove também revisou para cima a produção brasileira de soja. A entidade espera a colheita de 94,4 milhões de toneladas, acima dos 93,7 milhões estimados no mês passado.
Mesmo com o crescimento da produção em 700 mil toneladas, os estoques brasileiros caem, devido ao aumento de exportação e de moagem. O novo número da Abiove é de estoques finais de 3,6 milhões de toneladas de soja em grão, 34% menos do que as indústrias do setor previam no mês passado.
Balança
Os novos números da soja trazem novidades também para a balança comercial. Um dos principais geradores de receitas externas do país, o complexo soja vai render US$25,5 bilhões, um número inferior aos US$31,4 bilhões do ano passado, mas acima dos US$23,9 bilhões previstos anteriormente pelo setor.
As exportações são favorecidas pela demanda crescente da China. Em 2013, os chineses importaram 70 milhões de toneladas, volume que subiu para 74 milhões em 2014. Neste ano, as importações chinesas deverão somar 77,5 milhões de toneladas.
A produção norte-americana, após ter atingido 108 milhões de toneladas na safra passada, deve recuar para 105,7 milhões nesta.
Já as exportações deverão ficar em 48 milhões de toneladas, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 25 de julho de 2015.
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