A maioria dos países compradores de carne bovina brasileira reduziu ou parou de importar produtos do país em 2015. Os embarques diminuíram ou cessaram para 86 dos 139 destinos comerciais entre janeiro a julho, em comparação com o mesmo período de 2014. Destes 86, que representam 62,0% do total de clientes, 14 não negociaram volumes este ano. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), e incluem derivados bovinos.
Os embarques foram reduzidos para três dos maiores importadores: Rússia, Hong Kong e Venezuela, o que afetou significativamente os resultados de exportação nos primeiros sete meses do ano. A Rússia comprou 111.492 toneladas (-39,5%) a US$373,90 milhões (-50,8%) e a província semiautônoma chinesa demandou 152.842 toneladas (-37,1%), pagando US$152,80 milhões (-31,7%). Já a Venezuela, que enfrenta uma crise econômica e a queda dos preços internacionais do petróleo, sua principal commodity, diminuiu as compras em 41,5%, para 58.149 toneladas, que resultaram em receita de US$ 331,4 milhões (-37,5%) ao Brasil.
No acumulado do ano até julho, o país exportou 746.902 toneladas (-17,0%), com faturamento de US$3,20 bilhões (-21,4%). No mês passado, foram vendidas 111.835 toneladas, queda de 23,0% ante o mesmo mês de 2014, com receita cambial de US$498,20 milhões (-28,0%). Por outro lado, as compras diretas feitas pela China continental alcançaram 15.140 toneladas, com faturamento de US$77,40 milhões, ante desempenho praticamente nulo no mesmo período do ano passado.
Apesar disso, a Abrafrigo, em nota, destaca que o movimento "não compensou a redução observada nas compras de Hong Kong neste ano". Mesmo com a retração, a província segue na liderança dos principais destinos da carne bovina brasileira, seguida pela Rússia e o Egito, que ultrapassou a Venezuela, agora quarta colocada.
De janeiro a julho, os embarques caíram 25,3% em volume e 27,5% em faturamento em São Paulo, principal estado exportador do país, totalizando 188.597 toneladas a US$878,90 milhões. Somente Maranhão e Rio de Janeiro aumentaram sua exportação no período, para 1.793 toneladas (+153,0%) e 2.139 toneladas (99,0%), respectivamente. Juntos, no entanto, os estados correspondem a apenas 0,5% do total vendido ao exterior.
Fonte: Estadão Conteúdo. 7 de agosto de 2015.
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