Em Mato Grosso, as máquinas nem terminaram a colheita e os produtores já se preocupam com a próxima safra de soja. A alta do dólar está atrapalhando os planos de muita gente.
É tempo de colher algodão em uma fazenda em Campo Verde, sudeste de Mato Grosso. O agricultor Carlos Bernardes plantou 400 hectares e acompanha o desempenho da lavoura.
"Esse ano, tivemos êxito na safra de algodão, a qualidade está muito boa, a produtividade também dentro do esperado", conta.
A preocupação é com a próxima safra de soja, que em Mato Grosso começa a ser plantada daqui a um mês. Entre os motivos o custo de produção, já apontado como o maior de todos os tempos e que não para de subir.
Hoje a despesa apenas com adubos, sementes e defensivos está estimada em R$1,7 mil por hectare, quase 10% a mais que no início do ano. O cenário é consequência direta da valorização do dólar, já que muitos produtos são importados. Em janeiro, a moeda americana valia em torno de R$2,60. Agora, quase R$3,50.
"Este ano eu defini não fazer a compra antecipada, mas agora estamos vendo esta alta significativa", diz Bernardes.
Em todo o estado, a venda de insumos está mais lenta. Segundo o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) pouco mais de 80% dos produtos foram negociados até agora. No ano passado, nesta mesma época, praticamente tudo já estava vendido.
"Como o custo de produção acaba se elevando, o produtor acaba ficando mais receoso de fazer investimentos porque o custo dele ficou muito maior. Então, por mais que ele esteja vendendo o produto por um preço mais remunerador, o custo dele está significativamente maior e isso aumenta o risco", explica o gestor técnico do Imea, Angelo Ozelame.
Com as margens espremidas no campo, a saída vai ser fazer muita conta para definir o futuro da safra. Segundo o Imea, a área prevista para o plantio da soja na próxima safra deve aumentar 2% em relação à última.
Fonte: Globo Rural. 16 de agosto de 2015.
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