Em visita à Central de Imprensa da 38ª Expointer, os diretores da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Eduardo Daher e Luiz Cornacchioni, fizeram uma avaliação do setor no Brasil e do momento de recessão técnica do país - quando a economia registra dois trimestres seguidos de queda. "O PIB do agronegócio teve recuo menor, de 0,2%, nos cinco primeiros meses do ano. Pesou para isso o desempenho mais fraco do ramo agrícola, já que o pecuário apresentou crescimento. Na agricultura, a performance desfavorável se deve à deterioração dos preços agrícolas, enquanto a produção projeta tendência de alta em 2015", afirma Daher, também diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal.
Com base em informação de consultores, Daher e Cornacchioni dizem que a renda agrícola vegetal (culturas anuais e perenes) em real, em 2015, ficará entre 2,0% e 3,0% maior do que a alcançada no passado. O problema, segundo eles, é que as medidas fora do Brasil são feitas em dólar. "A variação cambial de 31 de dezembro de 2015, até ontem, foi de 36,0%. Nenhuma mercadoria, em todo mundo, sobe tanto em um curto espaço de tempo", diz Cornacchioni. No entanto, segundo eles, não há nada dramático nisso: "O Brasil sempre soube conviver com esta situação. E a inflação vai cair por uma questão muito simples: ninguém está comprando, todo mundo está estocando". Esta é a primeira visita à Expointer feita por Cornacchioni, que se surpreendeu com a qualidade da feira e dos expositores de máquinas e implementos agrícolas tops de linha.
Outro tema abordado pelos diretores da ABAG foi a necessidade de os produtores reagirem e enfrentarem o desafio climático, com melhores práticas de manejo e cultivos recomendados por pesquisa. "A ciência e as inovações vêm sendo duramente penalizadas pela lentidão no marco regulatório brasileiro. Os processos para aprovação de novas moléculas são prolongados, com duração média de até seis anos", afirma Daher.
Fonte: Estadão Conteúdo. 3 de setembro.
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