Nos últimos 12 meses, encerrados na sexta-feira passada (4/9), a desvalorização do real ante o dólar já chegou a 71,6%. Uma perda maior para o mesmo período só ocorreu em março de 1999, de acordo com cálculos da consultoria Tendências. No ano em que o país abandonou a âncora cambial, ou seja, deixou de ter câmbio fixo, a moeda brasileira desvalorizou 91,6%. A mudança de patamar do câmbio está provocando uma desorganização momentânea da economia e impactando diretamente o cotidiano das pessoas e das empresas.
Espera-se, por exemplo, que a desvalorização do real seja um caminho para o Brasil sair da atual recessão, por meio do impulso nas exportações e pela consequente melhora do setor externo. "Quanto mais depreciado o câmbio, mais competitivos vão estar os produtos tanto para a exportação como domesticamente", afirma Bruno Lavieri, economista da Tendências.
Um sinal de melhora das exportações já está evidente na rentabilidade das vendas externas na combalida indústria de transformação. Os dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) mostram um avanço da rentabilidade de 12,6% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na agricultura e pecuária, o aumento foi mais modesto, de 0,9%, num sinal de que a alta do dólar está compensando a forte queda do preço das commodities.
Fonte: Estadão Conteúdo. 6 de setembro de 2015.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos