Economistas de instituições financeiras elevaram pela segunda semana seguida a expectativa para a taxa básica de juros no final de 2016, em meio a nova piora do cenário para a inflação e projetando agora contração econômica de 1,00%.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que a estimativa para a taxa básica de juros Selic no próximo ano passou a 12,50%, contra 12,25% anteriormente.
A projeção para a alta do IPCA em 2016 subiu pela oitava semana seguida, em 0,17 ponto percentual em relação à semana anterior, para 5,87%. A meta é de 4,50%, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Os especialistas consultados voltaram a ajustar para cima a expectativa para a alta dos preços administrados, vendo agora 5,92%, sobre 5,91%. Para o dólar a expectativa permaneceu em R$4,00.
Em relação à economia, eles veem agora contração de 1,0%, ante queda de 0,80% na semana anterior. Isso porque em grande parte passaram ver retração da indústria de 0,60%, contra crescimento de 0,20% anteriormente.
As pressões inflacionárias no país vêm piorando, diante principalmente da valorização do dólar, que na semana passada atingiu nova máxima histórica, a R$4,2491 no intradia.
Na última quinta-feira, em uma aparição surpresa, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que as taxas de juros nos mercados não servirão de "guia" para a condução da política monetária nos próximos meses, reafirmando a estratégia de manutenção da Selic no atual patamar de 14,25% por período suficientemente prolongado.
Para 2015, os especialistas consultados elevaram a projeção para o avanço do IPCA a 9,46%, contra 9,34%, com a expectativa para a Selic permanecendo em 14,25%. Em relação ao dólar neste ano, a projeção subiu a R$3,95, contra R$3,86.
Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou a alta a 0,39%, recuando pelo terceiro mês seguido, e parou de subir no acumulado em 12 meses.
Sobre a economia, também houve nova piora na expectativa para este ano, a 11ª seguida. A projeção de contração chegou agora a 2,80%, sobre queda de 2,70% na pesquisa anterior.
Fonte: Reuters. Por Camila Moreira 28 de setembro de 2015.
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