Ainda serão necessários de cinco a sete dias para que o despacho de produtos de origem animal - como as carnes de frango, suína e bovina - retome o ritmo normal nas fronteiras e portos do estado e do país. É que depois de 15 dias de paralisação dos fiscais federais agropecuários, leva um tempo até que o fluxo seja normalizado. A emissão do certificado sanitário internacional, documento essencial para a exportação é uma das tarefas realizadas pelos servidores, também à frente da inspeção e fiscalização de indústrias.
Na sexta-feira (2/9) em assembleias em todo o país, a categoria decidiu colocar um ponto final na paralisação, principalmente pelo retorno obtido com o Ministério do Planejamento - reajuste salarial de 10,8% em dois anos e mudança no nome do cargo, para auditor fiscal federal agropecuário.
Houve uma dose de frustração da categoria, que esperava do Ministério da Agricultura mais do que o ofício enviado ao sindicato. No Rio Grande do Sul, com 470 fiscais, entre ativos e inativos, a votação pela volta foi unânime.
"Tivemos grande adesão na greve, de 95%, acima das nossas expectativas", afirma Consuelo Paixão Côrtes, delegada sindical no RS do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários.
Conforme projeção da Associação Brasileira de Proteína Animal, que reúne as indústrias de aves e suínos, 25 mil toneladas de produto deixaram de ser embarcadas no período da greve. Francisco Turra, presidente da entidade, entende que será necessário uma semana para normalizar o ritmo:
"Os efeitos foram variados. Há plantas que sentiram muito."
Com o fim da greve, também serão retomadas as atividades nas unidades do Laboratório Nacional Agropecuário Nacional (Lanagro), que incluem, por exemplo, teste e aprovação das vacinas utilizadas na segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra a febre aftosa.
Agora, é correr o contra o relógio para tentar recuperar o quanto antes o tempo perdido.
Fonte: Avicultura Industrial. 5 de outubro de 2015.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos