O preço do milho voltou a encontrar sustentação, registrando até um movimento de alta em algumas regiões, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), na segunda-feira (26/10). Mas o movimento do mercado captado pelos indicadores da instituição na última semana ainda não foi suficiente para reverter o cenário de baixa acumulada neste mês.
Entre os dias 19 e 23 de outubro, o indicador Esalq/BM&FBovespa, com base em Campinas (SP) e que serve de referência para os contratos futuros negociados na bolsa brasileira, registrou alta em todos os dias, ainda que as variações tenham ocorrido apenas na casa dos centavos. A referência subiu 2,2% passando de R$32,13 para R$32,86 a saca de 60 quilos.
"Além da intensificação das exportações brasileiras neste mês, vendedores, atentos à valorização do dólar frente ao real, se retraíram, na expectativa de novas altas, tanto no spot quanto para o início de 2016. Muitos vendedores ofertam valores distantes da intenção de compradores, diminuindo o ritmo de comercialização no spot", informa a instituição, em nota.
Com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC), caso as vendas externas de milho se mantenham no mesmo ritmo, devem encerra outubro em 5,85 milhões de toneladas. O volume representaria um novo recorde mensal.
Mas a alta registrada na semana passada não muda o cenário de outubro. O preço do milho, de acordo com o indicador Esalq/BM&FBovespa, está 2,5% mais baixo desde o início do mês. O mesmo é registrado no indicador para o mercado físico, também com base em Campinas. A baixa é de 2,5%, com a saca a R$32,53 na sexta-feira (23/10).
Na avaliação da consultoria Parallaxis, o preço do milho deve se manter em R$32,20 a saca de 60 quilos até o fim do mês. Em novembro, deve perder esse patamar e registrar média de R$31,23 a saca. Em relatório recente, os consultores ressaltam que, mesmo com a perspectiva de acomodação até o final do mês que vem, os valores devem se manter em níveis acima dos do ano passado. A menor intenção de plantio para a safra 2015/16 deve trazer suporte, garantindo pelo menos um piso de preço para o cereal.
Fonte: Globo Rural. Por Raphael Salomão. 26 de outubro de 2015.
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