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Embrapa defende fim do plantio da segunda safra de soja


Sexta-feira, 30 de outubro de 2015 - 05h57

A proibição do cultivo de safrinha de soja no Paraná a partir da temporada 2016/17 tem levantado muitas dúvidas e insatisfações a alguns produtores. A proibição foi estabelecida pela Portaria nº 193 da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) publicada no último dia 07/10/2015.

A Embrapa Soja de Londrina (PR) defende a proibição por considerar ser ela uma importante ferramenta para evitar a proliferação de doenças, e também devido às dificuldades de se descobrir novos princípios ativos que possibilitem no lançamento de novos defensivos - principalmente para a ferrugem asiática - no médio e longo prazo.

O diretor geral da Embrapa Soja, José Renato Farias, lembra que as "consequências e problemas da continuidade da safrinha vão surgir ao longo do tempo, principalmente de origens fitossanitárias", por isso é importante que ações preventivas sejam tomadas de imediato.

Os principais fungicidas disponíveis hoje no mercado têm apresentado uma perda de eficiência significativa. Produtos que inicialmente possuíam um controle de 80,0% a 90,0% da ferrugem asiática, passaram ao percentual de 20,0% de efetividade.

Outro problema que tem sido trazido consequências com a expansão da safrinha de soja é a proliferação de nematoides, que são ainda mais difícil de controlar, pois ocorre de forma lenta e abaixo do solo.

Diante da realidade de ausência de novos produtos no curto espaço de tempo - para combater essas doenças - o manejo do solo (e a utilização dos agroquímicos existentes de forma racional) se torna essencial neste período.

"A presença de soja em um período muito grande do ano faz com que a ferrugem comece a se desenvolver logo nos primeiros plantios e, essas lavouras criam a população de inóculos que viaja para outras regiões e começa a se multiplicar. A aplicação de maior quantidade de fungicidas estão tornando os fungos remanescentes cada vez mais resistentes e, no final do ciclo, apenas essa população sobrevive e serão responsáveis para causar danos ainda maiores na próxima safra", explica Farias.

O diretor considera que uma gestão sustentável da produção, garantindo o melhor potencial produtivo da lavoura no maior espaço de tempo, através da preparação do solo, seria a melhor alternativa.

Fonte: Notícias Agrícolas. Por João Batista Olivi e Larissa Albuquerque. 28 de outubro de 2015.


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