Influenciada pela atual ocorrência do fenômeno climático El Niño, que já foi considerado pela ONU o mais forte já registrado, a safra 2015/16 tem demonstrado diferentes condições de clima nas principais regiões produtoras do país. Enquanto que no Sul, o excesso de chuvas castiga as lavouras e impede a evolução do plantio, no Centro-Oeste ocorre o contrário, os produtores aguardam as chuvas.
Algumas áreas do estado estão há quase 40 dias sem registro de precipitações. E mesmo quando a chuva alcança o estado, elas são irregulares e de pequeno volume. Segundo o jornalista João Batista Olivi, diversas áreas precisaram ser replantadas e preocupam os produtores.
"Muita gente se comprometeu com a safra, vendendo antecipadamente para aproveitar os bons preços. E essa comercialização futura que geralmente gira em torno de 40% já fala-se acima de 50% da safra já fixada, mas cadê a soja?", questiona João Batista.
Além disso, outro fator que aflige os agricultores é a antecipação do período do vazio sanitário estabelecido para essa safra. De acordo com a Instrução Normativa Conjunta Sedec/Seaf/Indea-MT Nº 001/2015, publicada em fevereiro deste ano, o período proibitivo ficou estabelecido entre o dia 1º de maio a 15 de setembro.
Há época, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) posicionou-se contrária a medida entendendo que a alteração antecipando em 30 dias a data de início impactaria na produção, principalmente de sementes para o uso próprio, já que esta antecipação de data limita a janela de produção para salvar sementes.
Preços
Além dos problemas climáticos, altos custos de produção e incertezas quanto à produção, os agricultores não só do Mato Grosso - mas de todo o país - precisam estar atentos aos preços da soja.
Como explica Olivi, a cotação da oleaginosa na Bolsa de Chicago está operando próximo aos US$8,60/bushel, em contrapartida os preços no mercado interno têm sido favorecidos pelo câmbio, chegando a ser negociado acima dos R$70,00 a saca em algumas regiões.
Diante desse cenário, João Batista alerta que poderemos ter uma mudança brusca nesta conjuntura caso alguns fatores políticos e econômicos alterem o movimento de alta do câmbio.
"É um cenário artificial, e no momento que isso se estabelecer - seja através da renuncia da Dilma ou o Lula parando de querer agitar - esse câmbio vai descer e ficaremos com preços próximos aos que estão sendo praticados em Chicago", sinaliza João Batista.
Fonte: Notícias Agrícolas. Por João Batista Oli e Larissa Albuquerque. 16 de novembro de 2015.
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