A especulação sobre as perspectivas da nova safra 2016/17 de café do Brasil influenciou a formação de preços do grão em novembro. A avaliação consta do relatório mensal da Organização Internacional do Café (OIC), divulgado na segunda-feira (7/12), na capital britânica.
Para a entidade, as perspectivas da produção no Brasil são positivas e isso ajudou na queda do preço do grão de 2,9% no mês passado. A taxa de câmbio do real é outro fator de influência citado no relatório.
No documento, a OIC diz que as perspectivas para a nova safra brasileira "são positivas, ainda que haja alguma preocupação em relação ao conilon". A entidade, porém, não publicou números relativos ao Brasil.
Em meio a essa especulação, a OIC nota que os preços médios do grão "mostraram pouca tendência clara (durante o mês), mas encerraram o período em queda de quase 3,0%". "Commodities ficaram sujeitas às flutuações cambiais com o café proeminentemente afetado pelo real brasileiro", diz o relatório. "A taxa de câmbio do real estabilizou ligeiramente, mas os fortes níveis de exportação do Brasil mantiveram a pressão negativa sobre o mercado cafeeiro", explica.
Em novembro, o índice OIC que mede a evolução dos preços caiu 2,9% e fechou o mês em 115,03 centavos de dólar por libra-peso. Esse é o segundo menor nível em quase dois anos. Durante o mês, o preço médio diário variou de 118,30 centavos na máxima até 110,45 centavos na mínimo de novembro, quando foi atingido o menor patamar desde janeiro de 2014. Considerados os vários tipos de café, o indicador da OIC mostrou queda do arábica (-3,1%), colombianos (-3,4%), brasileiros (-3,5%) e robusta (-1,3%) no mês.
O relatório nota, ainda, que a arbitragem ou diferença de preços entre o arábica negociado no mercado futuro de Nova York e do robusta comercializado em Londres caiu 11,1% para 50,31 centavos. Essa menor diferença pode ajudar o preço do café arábica, diz a OIC. Os dados da OIC mostram que a produção na safra 2014/15 somou 143,3 milhões de sacas. O consumo no ano calendário de 2014 foi revisado para cima e alcançou 149,8 milhões de sacas devido à expectativa de maior demanda da União Europeia.
Fonte: Agência Brasil. 7 de dezembro de 2015.
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