Uma parceria entre o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtores Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai ampliar a tecnologia na coleta e no transporte do leite para tentar coibir fraudes no produto. As entidades vão testar, durante dois anos, um sistema que extingue o serviço manual de coleta para que a amostra do leite em uma propriedade rural, a ser encaminhada ao laboratório, só ocorra quando o produto estiver dentro do caminhão, sem possibilidade de ser alterado. Todo o sistema vai envolver equipamentos automatizados, como explica a pesquisadora da Embrapa, Maira Zanela.
"É um projeto inovador que vai começar a fazer uma avaliação científica desses equipamentos. Na verdade, ele ainda não vai fazer a coleta, nos produtores, de forma rotineira. Eles serão avaliados, pelo próximo período de dois anos, para se verificar se são compatíveis com as metodologias convencionais de coleta. Atualmente, a coleta das amostras de leite, e da medição de volume, é feita pelo transportador de leite, que chega todos os dias na propriedade. Esse equipamento novo fica acoplado ao caminhão de leite e vai fazer essa coleta e essa medida de volume, automaticamente, sem a necessidade da interferência da manipulação do transportador", apontou a especialista.
Além disso, segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a expectativa é de que seja possível garantir maior segurança na rastreabilidade da matéria-prima, propiciando maior garantia de qualidade do produto, principalmente ao consumidor.
"Com esse projeto, queremos proporcionar condição de ampliar ainda mais a segurança no processo de logística principalmente. Somando-se, assim, aos planos de qualidade de todas as nossas indústrias para termos melhorias contínuas. Até porque vai nos proporcionar a rastreabilidade e a segurança na coleta da amostra para que os nossos laboratórios possam produzir testes confiáveis", complementou Guerra.
Atualmente, em média, cada equipamento instalado nos caminhões custa R$200,00 mil, dependendo da quantidade de amostragem. O presidente do Sindilat fala que uma das intenções também é conseguir, junto ao governo do estado, isenções de impostos para esses equipamentos, a fim de que eles possam ser barateados para a indústria.
Fonte: Agrolink. Por Vitória Famer. 17 de dezembro de 2015.
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