A atividade rural brasileira colheu bons resultados nos últimos 10 anos. De 2006 a 2015, o valor bruto da produção (VBP) da agropecuária cresceu 73,0%, saltando de R$284,00 bilhões para R$492,00 bilhões, segundo a Coordenação-Geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Nesse período, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor teve aumento anual de 3,7%, acima do PIB da economia, que cresceu 3,3% ao ano. Entre os cinco estados que tiveram maior variação positiva do VBP, dois são do território do Matopiba: Tocantins e Piauí.
Dos R$208,00 bilhões de crescimento do VBP, nesses 10 anos, R$128,00 bilhões se referem às lavouras, ou 64,0% do total. Em 2006, elas somavam R$186,00 bilhões e passaram para R$314,00 bilhões em 2015. Já a pecuária contribuiu com R$79,00 bilhões, o equivalente a 36,0%. Em 2006, o VBP do setor era de R$98,00 bilhões e chegou R$177,00 bilhões em 2015, conforme os dados apurados pela Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA.
Numa lista de 24 atividades, 17 apresentaram variação elevada do VBP entre 2006 e 2015. Nesse grupo, o menor aumento do VBP foi o da banana, de 34,0%, e o maior, o do tomate, de 147,0%. Tomate, algodão herbáceo, soja, uva e ovos foram os produtos que mais se destacaram. "Isso se deve ao desempenho da produção e à elevação de preços reais desses produtos", assinala o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Gasques.
Nesse mesmo grupo de 24 itens, arroz, fumo e café tiveram pequena elevação do VBP nos últimos 10 anos. Outros três - mandioca, feijão, cacau, mamona e laranja - apresentaram queda no valor bruto da produção. "As comparações foram feitas entre os três anos iniciais da década (2006-2008) e os três últimos (2013-2015), o que evita pontos isolados que alterem a interpretação dos resultados", esclarece Gasques.
Estados e regiões
Ainda de acordo com a Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA, também houve mudanças expressivas na participação das regiões na formação do VBP da agropecuária nesses 10 anos. O Centro-Oeste teve incremento de 21,5% para 27,0%, o Sul passou de 29,3% para 29,4% e o Norte de 5,3% para 5,4%. Enquanto isso, a contribuição do Sudeste caiu de 31,0% para 26,0%, e a do Nordeste, de 11,9% para 9,0%.
Na classificação do VBP por unidades da Federação, entre 2006 e 2015, destacam-se estados do Norte, Centro-Oeste e Nordeste, além do Distrito Federal. Os cinco primeiros colocados são Amapá, DF, Mato Grosso, Tocantins e Piauí. "No caso do Amapá e do Distrito Federal, a base pequena é um dos motivos do elevado aumento do valor bruto da produção", observa Gasques.
Ressalta-se, também, o fato de Tocantins e do Piauí estarem entre os primeiros colocados do ranking do VBP. "Esses dois estados integram, com o Maranhão e a Bahia, o território do Matopiba, que é uma região de grande potencial da expansão agropecuário", enfatiza Gasques. Para ele, também é importante observar que nenhuma unidade da Federação apresentou redução do VBP nesses 10 anos.
Fonte: MAPA. 21 de dezembro de 2015.
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