O número de pessoas à procura de uma vaga de trabalho cresceu com força no trimestre até outubro em comparação com o ano anterior, superando a marca de nove milhões numa economia em recessão que vem registrando contínuo aumento do desemprego e perdas de renda.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua mostrou que no trimestre até outubro a população desocupada - aqueles que tomaram alguma providência para conseguir trabalho - subiu 5,3% em relação aos três meses até julho e 38,3% sobre o mesmo período do ano anterior, o que representa uma alta recorde.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (15/1), um total de 9,08 milhões de pessoas estavam procurando emprego, 2,51 milhões a mais do que em igual período do ano anterior.
Assim, a taxa de desemprego apurada pelo levantamento chegou a 9,0% no trimestre até outubro, renovando novamente o maior patamar da série iniciada em 2012.
Nos três meses até julho, a taxa havia atingido 8,6%, chegando a 8,9% no trimestre até setembro. O dado desta sexta-feira também mostra a forte deterioração do mercado de trabalho quando comparado com o trimestre até outubro de 2014, quando a taxa de desemprego foi de 6,6%.
O IBGE adota a comparação com o trimestre imediatamente anterior ao período anunciado para evitar repetição de dados.
O resultado ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters junto a economistas.
A PNAD Contínua também destacou a dificuldade da economia brasileira para gerar vagas, em meio a um cenário de recessão e inflação acima de 10,0% em 2015 que assolam o país e sem conseguir fazer com que os empresários melhorem sua confiança.
Nos três meses até outubro, a população ocupada teve variação positiva de apenas 0,1% sobre o trimestre anterior, chegando a 92,31 milhões de pessoas, e recuo de 0,3% sobre o mesmo período de 2014.
Já em relação à renda média real habitual, houve recuo de 0,7% no trimestre até outubro em relação aos três meses até julho, e de 1,0% sobre o mesmo período de 2014, atingindo R$1.895,00.
A pesquisa Focus do Banco Central junto a uma centena de economistas mostra que a recessão vai se prolongar para 2016, com expectativa de contração econômica de 3,0% e inflação perto de 7,0% no ano.
Fonte: Reuters. Por Caio Saad e Camila Moreira. 15 de janeiro de 2016.
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