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Milho público vai a leilão; forma de comercialização não está definida


Terça-feira, 26 de janeiro de 2016 - 06h00

Na quinta-feira (21/1), fontes ligadas ao governo federal confirmaram que a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) deve realizar leilões de venda de cerca de 1,00 milhão de toneladas de milho de seus estoques, atualmente estimados em 1,30 milhão de toneladas.  Os detalhes das operações, como os instrumentos utilizados e regiões beneficiadas, deverão ser reportados nesta semana.

A informação veio de encontro com as reivindicações do setor de produção de aves e suínos, que segue preocupado com a recente alta nos preços do cereal no mercado doméstico. Somente no interior de São Paulo, os ganhos já superam os 18,0% na parcial de janeiro, conforme dados levantados pelo CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Ainda no início da terceira semana de janeiro, o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) Francisco Turra, se reuniu com o ministro-interino da Agricultura, André Nassar que, na ocasião, firmou o compromisso de realizar ações incisivas contra a forte elevação dos preços e a escassez de oferta de milho.

Paralelamente, a venda de estoques do grão também atende uma necessidade de obter recursos para a subvenção do seguro agrícola de 2016, segundo explica a o analista financeiro, Miguel Daoud. Em meados de dezembro do ano passado, a ministra Kátia Abreu informou que o seguro agrícola para o clima seria de R$1,00 bilhão neste ano, e que parte dos recursos teria como origem a venda dos estoques de milho e café pela União. Ainda de acordo com Daoud, o governo aproveita o momento de atuais preços elevados para garantir, com a vendas desses estoques, uma receita ainda mais alta.

Do total estimado em R$850,00 milhões, cerca de R$400,00 milhões já estariam previstos para esse fim, "R$350,00 milhões serão deslocados da rubrica de Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) - que não foi utilizada integralmente em 2015 - e R$100,00 milhões virão de emendas parlamentares", segundo informou uma nota oficial do MAPA reportada em dezembro de 2015.

Na época, a ministra ainda destacou que o país não teria necessidade de manter grandes estoques de alimentos por longos períodos de tempo, já que não apresenta risco de insegurança alimentar. “Nossa produção nacional é muito grande. Para que manter grandes estoques se não temos risco de falta de alimentos? Pretendemos vender nos momentos adequados, eliminando inclusive a despesa anual de R$200,00 milhões que a União tem em manter esses estoques”, disse a ministra no mês passado.

Fonte: Notícias Agrícolas. 22 de janeiro de 2016.


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