As contas externas fecharam 2015 com déficit de US$58,94 bilhões, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados na terça-feira (26/1). Esse saldo negativo das transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, correspondeu a 3,3% de tudo o que o Brasil produziu - Produto Interno Bruto (PIB). O resultado ficou abaixo da projeção do BC para o ano, de US$62,00 bilhões ou 3,5% do PIB.
No balanço das transações correntes, a conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) foi a que apresentou o maior saldo negativo, no ano passado: US$42,36 bilhões.
A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) contribuiu para o resultado negativo, com US$36,98 bilhões.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) apresentou resultado positivo, de US$2,72 milhões.
A balança comercial foi a que mais contribuiu para reduzir o déficit das contas externas. No ano passado, o superávit comercial (exportações maiores que as importações) chegou a US$17,67 bilhões.
Investimento estrangeiro direto foi de US$75,00 bilhões
Mesmo assim, o país gastou além de sua renda. Quando isso ocorre, é preciso financiar esse resultado negativo com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior. O investimento direto no país (IDP), recursos que entram no Brasil e vão para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiamento, por ser de longo prazo.
Em 2015, o IDP chegou a US$75,07 bilhões e foi mais que suficiente para cobrir todo o déficit em transações correntes. Em 2014, esses investimentos foram maiores: US$ 96,895 bilhões, mas abaixo do saldo negativo em transações correntes que chegou a US$104,08 bilhões. O resultado do ano passado superou a projeção do BC, de US$66,00 bilhões.
O país registrou saída de investimento em ações negociadas em bolsas de valores no Brasil e no exterior e em fundos de investimento no total de US$98,00 milhões, em 2015. A saída de investimento em títulos negociados no país chegou a US$2,05 bilhões.
Fonte: Agência Estado. 26 de janeiro de 2016.
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