Um protocolo de intenções em prol da Ferrovia Transoceânica foi assinado em Ji-Paraná (RO), na segunda-feira (8/2), pelo governador de Mato Grosso, Pedro Taques, do Acre, Tião Viana, e de Rondônia, Confúcio Moura. A cerimônia de assinatura do protocolo de intenções contou com a presença do embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, e um grupo de 23 empresários chineses que fazem uma expedição pelas cidades que serão beneficiadas com a implantação da Ferrovia Transoceânica.
O protocolo é resultado de uma parceria estratégica firmada entre os dois países e os 35 acordos assinados pela presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, no último dia 19 de maio. Um deles prevê o estudo de viabilidade de implantação da Ferrovia Transoceânica, que, pelo projeto, sai do Rio de Janeiro, passa por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre e termina no Peru.
A China quer aumentar os negócios na América Latina, e facilitar o acesso à produção brasileira, principalmente de soja, sem depender do Canal do Panamá, que tem forte influência dos Estados Unidos. Mas para se tornar realidade, o projeto tem que enfrentar desafios de engenharia, ambientais e políticos.
Especialistas afirmam que os investimentos na ferrovia podem ficar próxima a R$30,00 bilhões. Os mais beneficiados seriam os produtores rurais do Oeste de Mato Grosso, que teriam um caminho mais curto para escoar a safra, principalmente de soja, reduzindo o transporte pelas rodovias. Em 2014, a China importou de Mato Grosso produtos no valor de US$4,90 bilhões, sendo que US$4,60 bilhões foram destinados à importação de soja, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Para o governador de Mato Grosso, que esteve com o representante da República Popular da China em Brasília para discutir sobre a ferrovia em maio, esta é uma obra importante para o estado. “Nos anima mais ainda o fato do governo federal tratar publicamente da ferrovia como um projeto estratégico para o Brasil. Mato Grosso ajuda muito o Brasil, agora, o Brasil também precisa ajudar Mato Grosso e os estados produtores", disse na ocasião.
Fonte: Folhamax. 8 de fevereiro de 2016.
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