Até o dia 23 de fevereiro, os produtores de soja de Mato Grosso do Sul já haviam comercializado antecipadamente 3,75 milhões de toneladas do grão, que ainda está sendo colhido no estado. Essa venda antecipada representa cerca de 51,5% das 7,30 milhões de toneladas que os sojicultores sul-mato-grossenses devem produzir no ciclo 2015/16, segundo circular do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga), da Associação dos Produtores de Soja local (Aprosoja/MS).
De acordo com o Siga, esse percentual já negociado representa um incremento de 21,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período da temporada passada. A principal explicação para esse grande volume de comercialização antecipada, conforme a circular, é a alta do dólar. Em relação a fevereiro do ano passado a moeda norte-americana acumula uma alta de 42,0%.
“Considerando o patamar de baixa nas cotações internacionais o produtor viu na comercialização antecipada uma forma de garantir rentabilidade e recursos para o custeio”, destaca a análise do Siga.
Em relação a colheita, a mesma circular destaca que até o dia 19 de fevereiro, 42,0% da área cultivada com a oleaginosa em Mato Grosso do Sul já havia sido colhida. O trabalho segue mais acelerado no sudeste e sudoeste, com média de 48,3% e mais devagar no centro e norte, com 20,9%.
O município com o trabalho mais avançado é Aral Moreira, com aproximadamente 75,0% da área colhida.
Segundo a circular, a colheita está atrasada em todas as regiões do estado quando comparada ao andamento das últimas três safras. O retardo foi provocado pelas condições climáticas desfavoráveis que afetaram todo ciclo produtivo.
Primeiro a estiagem em outubro de 2015, época da semeadura, que forçou muitos produtores a aguardarem a chuva e a melhoria da umidade do solo para o plantio. Depois foi o excesso de chuva, entre dezembro e janeiro, o que alagou muitas áreas, provocando, inclusive, algumas perdas, além de favorecer o desenvolvimento de doenças nas lavouras.
O grande volume de chuvas, além disso, também afetou a infraestrutura logística, as estadas e pontes, utilizadas pelos produtores para chegar até as lavouras, o que dificultou o manejo adequado das áreas cultivadas e retardou o início da colheita, além de estar afetando neste momento, o escoamento da produção nas áreas onde o trabalho já foi realizado.
Fonte: G1 MS. 25 de fevereiro de 2016.
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