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Brasil encolhe 3,8% em 2015, pior resultado em 25 anos; investimentos despencam


Sexta-feira, 4 de março de 2016 - 05h40

A economia brasileira encolheu 3,8% em 2015, o pior resultado desde 1990, com forte contração nos investimentos e na indústria, sinalizando que uma recuperação está ainda longe em meio ao cenário de desemprego e inflação elevados.

Só no quarto trimestre de 2015, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu 1,4% sobre os três meses imediatamente anteriores. Sobre o quarto trimestre de 2014, a atividade despencou 5,9%.

Pesquisa da Reuters apontava que a economia teria queda de 1,5% entre outubro e dezembro na comparação com o trimestre anterior e de 6,0% sobre o quarto trimestre de 2014. Para 2015, as contas indicavam recuo de 3,8%.

Em 2014, o PIB cresceu apenas 0,1%, resultado que não foi revisado pelo IBGE.

O país vive profunda crise econômica e política, em meio ao cenário de inflação de dois dígitos, desemprego e juros elevados, que tem abalado ainda mais a confiança dos agentes econômicos e colocado desafios cada vez maiores para a presidente Dilma Rousseff, sobretudo no campo fiscal.

No quarto trimestre, o PIB encolheu em praticamente todos os indicadores, com forte destaque para os investimentos produtivos. Segundo o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixa (FBCF) despencou 4,9% no trimestre passado, comparado com o terceiro trimestre. E em 2015 todo, a retração foi de 14,%.

A indústria caiu 1,4% no quarto trimestre sobre o imediatamente anterior, mesma queda registrada pelos serviços. No ano, o recuo foi de 6,2% e 2,7%, respectivamente.

O consumo das famílias teve queda de 1,3% no trimestre passado, sobre os três meses anteriores, enquanto o consumo do governo contraiu 2,9%o. No ano, as quedas foram de 4,0% e 1,0%, respectivamente.

Apenas a agropecuária cresceu em 2015 e no quarto trimestre: 1,8% e 2,9%, respectivamente.

Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas, mostrou que a projeção é de que a economia brasileira continue recuando neste ano (-3,4%), com leve recuperação a partir de 2017, com crescimento de 0,5%.

Com a economia cada vez mais anêmica, a necessidade de austeridade fiscal maior para estabilizar a dívida do país cresceu bastante. Pesquisa Reuters mostrou nesta semana que, agora, os economistas consultados acreditam que é preciso ter superávit primário de 2,8 por cento do PIB para isso e que a economia brasileira voltará ao nível pré-recessão apenas em 2019.

Fonte: Reuters. 3 de março de 2016


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