O ano de 2016 começou com queda da atividade econômica, segundo dados do Banco Central divulgados no dia 14/3, dando continuidade à espiral de recessão em que o Brasil se encontra, sem dar sinais de estabilização em breve.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou queda de 0,61% na comparação com dezembro, de acordo com dados dessazonalizados.
O resultado representa o 11º mês seguido de perdas na atividade, e veio bem pior que a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,10% no mês.
O economista do Goldman Sachs Alberto Ramos afirmou em nota que o dado surpreendeu negativamente, e que a expectativa é de novo recuo do IBC-BR em fevereiro, em meio a um ambiente marcado por inflação alta, condições mais duras de financiamento e deterioração do mercado de trabalho.
"Do lado positivo, uma taxa de câmbio mais competitiva e uma fraca demanda doméstica deverão gradualmente elevar a contribuição das exportações líquidas para o crescimento e fornecer um piso para a contração esperada para o PIB nos trimestres à frente", destacou.
A performance negativa do IBC-BR em janeiro derivou principalmente das perdas nos setores de varejo e serviços, que iniciaram o ano com queda de 1,50% em janeiro sobre dezembro e de 5,00% sobre janeiro de 2015, respectivamente.
Isso ofuscou a alta inesperada de 0,40% na produção industrial em janeiro sobre dezembro, dado positivo, mas que não indica mudança de tendência no setor.
Na comparação com janeiro de 2015, o IBC-BR caiu 6,70% e no acumulado em 12 meses o declínio foi de 4,44%, sempre em números dessazonalizados.
O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima, apontou em relatório que o índice deverá seguir mostrando piora no acumulado em 12 meses "até mais ou menos o terceiro trimestre de 2016, quando, com a base fraca de comparação, algum alívio deve se dar". Em 2015, a economia brasileira encolheu 3,80%, o pior resultado desde 1990 e com contração recorde nos investimentos e na indústria.
A previsão para este ano caminha na mesma direção, com expectativa de economistas consultados na pesquisa Focus do BC de um recuo de 3,54%.
O IBC-BR incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
Fonte: Reuters. 14 de março de 2016.
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