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Preço interno do algodão cai, pressionado por menor volume de venda


Quinta-feira, 17 de março de 2016 - 05h20

Os preços do algodão em pluma seguem em queda no mercado interno. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), o ritmo dos negócios no mercado disponível está mais lento, diante das diferenças de valores propostos por compradores e vendedores.

“Indústrias demonstram interesse por pequenos lotes, mas ofertam valores inferiores aos pedidos pelos vendedores. Cotonicultores, mesmo mais ativos, estão firmes nos valores pedidos, mas comerciantes têm sido mais flexíveis quanto aos preços de venda”, dizem os pesquisadores, em nota divulgada na quarta-feira (16/3).

Diante da situação, o indicador do CEPEA, com base no mercado de São Paulo, registrou queda de 2,2% entre os dias 8 e 15 deste mês. Na terça-feira (15/3), a cotação foi de R$2,4145 por libra-peso. No acumulado de março, a desvalorização da pluma é de 4,4%.

Em Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) reforça essa tendência. De acordo com os técnicos, a liquidez no mercado da pluma tem sido menor no estado. Em fevereiro, o volume de vendas foi de 24 mil toneladas, 67,0% a menos que o registrado em janeiro. Menos da metade (48,1%) da safra 2015/16 estão comprometidos antecipadamente.

Conforme o IMEA, depois de janeiro, as indústrias diminuíram a demanda, restringindo suas compras aos volumes de necessidade imediata. Do lado dos produtores, a disposição de venda ficou menor depois da queda nos preços internacionais, influenciada pelos números recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

“(O relatório do USDA) surpreendeu o mercado e desvalorizou as cotações na ICE (Bolsa de Nova York), aliado à queda do dólar em um período próximo. No final do mês a queda nas cotações cativou as indústrias, a fim de fechar negócios com foco no abastecimento de pluma no segundo semestre. Porém, o comprometimento foi em maior parte das trades, uma vez que o principal foco dos produtores tem sido o cuidado com o desenvolvimento das lavouras”, informa o IMEA, em boletim semanal.

No mercado interno mato-grossense, só na semana passada, o preço médio do algodão caiu 2,3%, para R$74,89 por arroba. Ainda assim, um patamar bem acima do registrado nessa mesma época, em 2015, quando a cotação estava em R$54,42 por arroba.

Maior participação

A expectativa do IMEA é de um plantio de 602,9 mil hectares de algodão em Mato Grosso na safra 2015/16, uma área 6,9% maior que a registrada na temporada passada. Devem ser colhidas 985,7 mil toneladas da pluma, um aumento de 4,9% na mesma comparação.

Os técnicos do Instituto estimam que, do total de área plantada, 496,5 mil hectares sejam de talhões que, na primeira safra foram plantados com soja, uma proporção de 82,3%. Se esses números forem confirmados, será a maior participação de segunda safra de algodão já registrada.

“Mesmo com o avanço desse tipo de cultivo, a produtividade tem se mantido em patamares historicamente altos nas últimas safras, mostrando que o avanço das tecnologias tem permitido que o algodão se consolide como uma cultura de segunda safra no estado”, diz o IMEA.

Fonte: Reuters. 16 de março de 2016.


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