De acordo com a pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Confinadores – Assocon, os seus associados demonstram que podem aumentar em 2,0% o volume de gado confinado em relação a 2015, quando foram confinados 731,12 mil animais. Para 2016, a projeção é de 745,74 mil cabeças.
“A pesquisa realizada no final de 2015 com confinamentos não associados à Assocon mostrou intenção de queda de 3,5% na produção de animais confinados para 2016. É importante lembrar que essas duas pesquisas foram realizadas com grupos distintos de propriedades”, comenta Bruno Andrade, gerente executivo da Assocon.
A pesquisa com os associados da Assocon foi realizada em março de 2016 e evidenciou a dificuldade do produtor esse ano para cumprir sua meta de confinamento. Embora a expectativa seja de terminar 746,00 mil animais em 2016, os projetos pecuários entrevistados contam com apenas 52,0% dos animais para cumprir essa meta. Os 48,0% restantes incluem animais que precisam ser comprados, fechados via parceria, boitel ou aguardam definição do produtor em terminá-lo em confinamento ou em outro sistema de produção.
Despesas – O custo de produção da arroba engordada no confinamento em março de 2016 apresentou elevação de 23,0% em relação a março de 2015. O retorno/animal projetado para o primeiro semestre é negativo, na ordem de uma arroba por animal, considerando todos os insumos de produção a preços de mercado.
“A Assocon observa que entre os entrevistados houve importante oscilação em relação à intenção de confinamento para 2016. Algumas propriedades de pequeno porte pretendem dobrar sua produção, entretanto seu impacto no volume total é limitado”, ressalta Bruno Andrade.
Em contrapartida, grandes unidades de engorda do centro-oeste estimam redução de até 60,0% na intenção de confinamento para 2016.
Também foi possível observar na pesquisa da Assocon que alguns empreendimentos médios e grandes pretendem ampliar o confinamento para 2016, porém isso é considerado um movimento de poucos projetos pecuários. Alguns desses confinamentos estão localizados nos estados do Pará, Maranhão e Bahia e apresentam pretensão inicial de crescimento acima da média. Nesses casos, são projetos de produção em ciclo completo, que não compreendem somente a fase de terminação em confinamento.
É necessário considerar que muitos projetos de engorda intensiva a pasto, engorda a pasto ou semiconfinamento foram estabelecidos na região centro-oeste e norte em detrimento do uso do confinamento. Esses sistemas alternativos caracterizam-se por ter custo de produção mais baixo. Entretanto, a suplementação utilizada nesses sistemas pode chegar a até 1,8% Peso Vivo (PV), se assemelhando, em parte, com o confinamento.
“Portanto, de acordo com os dados apresentados, a ASSOCON recomenda que a expectativa de alta de 2,0% da produção de gado confinado seja monitorada de perto devido às condições de mercado e margens estreitas e tendo em vista que isso pode resultar no aumento de animais semiconfinados, pois é possível termos mais animais produzidos sob o sistema intensivo (considerando semiconfinamento)”, finaliza Andrade.
Fonte: Assocon. 14 de abril de 2016.
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