Para os exportadores, a valorização do dólar em mais de 35,0% (nos três primeiros meses de 2015, média de R$2,86; no mesmo período de 2016, R$3,90) neutraliza a queda de preço das carnes colocadas no mercado internacional e que completaram o primeiro trimestre de 2016 alcançando um preço médio global mais de 15,0% inferior ao de idêntico trimestre do ano passado.
Mas como três das quatro principais carnes exportadas registraram expansão no volume embarcado, em dois casos a receita cambial obtida já é superior à registrada há um ano, fato que não se observava há algum tempo.
Isso se aplica à carne bovina que, a despeito de uma queda de 6,0% no volume de industrializados, obteve incremento de quase 24,0% com o produto in natura, o suficiente para fazer com que a receita cambial fechasse o trimestre com expansão anual próxima de 2,0%.
Porém, a expansão mais destacável é a da carne suína, cujo volume exportado aumentou mais de 80,0% no trimestre. Com isso, e apesar de o preço médio ser quase um terço inferior, sua receita cambial registrou aumento da ordem de 23,0%.
Já os produtos da avicultura, carne de frango e de peru, continuam com receita cambial negativa. E a mais afetada é a carne de peru. Que se encontra com volume médio quase 5,0% menor. Situação que, combinada a uma redução de mais de 15,0% no preço médio, faz com que a receita cambial do produto seja quase 20,0% menor.
Por seu turno, a carne de frango in natura tende, no curtíssimo prazo, a uma reversão da receita cambial. Mas graças, apenas, ao volume crescente, porquanto o preço médio continua negativo em mais de 16,0%.
Isso, entretanto, não se aplica à receita global da carne de frango, afetada pelo fraco rendimento dos industrializados e da carne salgada. Ou seja: em função desses desempenhos, a reversão total na receita cambial da carne de frango deve demorar um pouco mais.
Fonte: AviSite. Canal do Produtor. 20 de abril de 2016.
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