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Retirada da vacina contra aftosa abre mercado de US$12,00 bilhões


Sexta-feira, 6 de maio de 2016 - 05h35

A retirada da vacinação contra a febre aftosa é um desafio da cadeia produtiva, que beneficiará não apenas os produtores, que passarão a economizar o valor das doses, mas ao país, que se tornará mais competitivo no mercado internacional da carne. A medida permitirá ao Brasil acessar um mercado ao redor de US$12,00 bilhões, representado por países como Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos, Canadá, México, entre outros, que não compram carne resfriada ou congelada de países que ainda adotam a vacinação contra a doença. A iniciativa é considerada fundamental para o avanço do PNEFA (Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa), e encontra amplo apoio por parte dos agentes da cadeia. É o que mostra pesquisa inédita realizada pelo CNPC (Conselho Nacional da Pecuária de Corte), com mais de 20 entidades do segmento agropecuário, entre federações, sindicatos e representantes da indústria. 

Segundo o levantamento divulgado na reunião da COSALFA (Comissão Sul-Americana para Luta Contra Febre Aftosa), realizada entre os dias 7 e 8 de abril na cidade de Punta Del Este, no Uruguai, mais de 90,0% consideram a medida importante para o futuro da pecuária brasileira, que deve beneficiar também suinocultores do Rio Grande do Sul e Paraná. Ainda de acordo com a pesquisa, 57,0% dos entrevistados acreditam que a retirada da vacina deva ser feita de modo gradativo, por meio de Circuitos Pecuários, áreas geográficas definidas pela criação e circulação de rebanhos, reconhecidas pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que reúnem Estados com o mesmo status sanitário. Para Sebastião Guedes, presidente do GIEFA (Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa) e vice–presidente do CNPC, o cronograma deve prever fases de implantação estabelecendo como prazo máximo o ano de 2020. “É preciso que os setores privado e público planejem e promovam ações de médio prazo, que sejam avaliadas anualmente”, diz Guedes.

A pesquisa também mostrou que a cadeia produtiva da carne está disposta a discutir a criação de um fundo que custeie os preparativos para a retirada da vacinação, bem como sua consolidação. Organismos internacionais e setores da administração pública responsáveis pela defesa sanitária animal constantemente solicitam recursos para este fim. Os recursos poderiam vir do montante gasto anualmente com a compra de vacinas contra febre aftosa, mercado que movimenta anualmente cerca R$500,00 milhões. “Seria um fundo fiduciário, destinado a contribuições a órgãos internacionais que se dedicam ao combate à doença, bem como para cobrir eventuais despesas complementares do Ministério da Agricultura e de órgãos estaduais”, afirma Guedes.

Fonte: CNPC. 5 de maio de 2016.


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