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Abiec critica negociações Mercosul/UE


Terça-feira, 17 de maio de 2016 - 05h20

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) divulgou nota criticando as negociações de acesso de bens e serviços entre o Mercosul e a União Europeia. Segundo a entidade, “é decepcionante o fato de que nenhum quantitativo de cotas de acesso para a carne bovina ter sido oferecido pelo lado europeu nesta troca”. 

A publicação ainda reforça que o Mercosul tem sido o principal fornecedor de proteína ao mercado europeu nas últimas décadas, alcançando as mais altas exigências de sanidade e rastreabilidade.

Por fim, a entidade afirma confiar nos representantes brasileiros e reforça que a inclusão da carne bovina no acordo é imprescindível.

Confira nota na íntegra:

Posicionamento – Acordo União Europeia e Mercosul

No último dia 11 de maio, União Europeia e Mercosul trocaram ofertas de acesso de bens e serviços a seus respectivos mercados, com objetivo de avançar a negociação para um Acordo de Livre Comércio.

Embora a carne bovina continue na pauta, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) considera decepcionante o fato de que nenhum quantitativo de cotas de acesso a este produto ter sido oferecido pelo lado europeu nesta troca de ofertas.

O Mercosul, e notadamente o Brasil, tem sido o grande fornecedor de carne bovina para o mercado consumidor europeu, nas últimas décadas, atendendo a todas as suas altas exigências de sanidade e rastreabilidade. Mesmo assim, o Brasil viu, desde 2008, o volume de suas exportações de carne bovina com destino à União Europeia cair consideravelmente, em virtude de barreiras tecnicamente injustificáveis.

Os argumentos dos que atacam o acordo de livre comércio e pressionam pela retirada da carne bovina de pauta são improcedentes e irresponsáveis. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo – atualmente exporta para 136 países e atende a todas as altas exigências sanitárias requeridas pela Europa. Os produtores brasileiros seguem uma legislação ambiental significativamente mais rigorosa do que a vigente em qualquer estado-membro da União Europeia.

As importações de carne bovina do Mercosul representam apenas 2,0% do total consumido na União Europeia. O comércio internacional complementa a produção interna do bloco, ajudando a equilibrar oferta e demanda e trazendo segurança à própria indústria europeia de alimentos.

As restrições ao comércio penalizam unicamente os mais de 500,00 milhões de consumidores europeus que podem ver a carne bovina se tornar um produto cada vez mais caro e raro em seus lares. E o declínio do consumo pode ser o revés do lobby que hoje argumenta contra a abertura do mercado.

A Abiec deposita sua confiança na diplomacia brasileira, que traz um histórico de grandes conquistas para o setor. Mas considera que a inclusão da carne bovina no acordo é imprescindível, visto o papel central do produto na pauta de exportações dos quatro países do Mercosul. A Associação pede que os negociadores envolvidos e a indústria europeia reflitam sobre as verdadeiras consequências de não incluírem a carne bovina no possível acordo.

Fonte: Portal DBO. Abiec, 13 de maio de 2016.


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