O desempenho do comércio exterior do agronegócio é o único resultado bom da economia brasileira em 2016, como mostram dados do Ministério da Agricultura. O que se vê hoje é que, graças ao dinamismo do campo, a balança comercial brasileira apresenta um superávit de US$13,27 bilhões no período janeiro a abril, o que garante a estabilidade das contas externas, numa fase extremamente crítica sob outros aspectos.
O mês passado é um bom exemplo do que vem ocorrendo. Enquanto as exportações brasileiras como um todo tiveram um leve aumento de 1,1% em abril, as vendas externas do setor agropecuário cresceram 14,3% no mês, sempre em comparação com abril de 2015, carreando divisas no total de US$8,08 bilhões, o que representa 52,6% do total das exportações mensais (US$15,37 bilhões).
A desvalorização do real ajudou, mas as exportações brasileiras de produtos agropecuários não teriam obtido os excelentes resultados que têm apresentado até agora, e que podem se repetir em futuro próximo, se não tivesse havido um aumento da produção que permitiu elevar substancialmente o volume exportado, de modo a compensar a queda generalizada das cotações internacionais das commodities.
O complexo soja continua sendo o porta-bandeira das vendas externas nacionais. Segundo levantamento recente do Ministério da Agricultura (Mapa), o volume embarcado em abril alcançou 11,60 bilhões de toneladas, um recorde para o mês na série histórica iniciada em 1997, volume 54,0% maior na venda de grãos e de 19,5% na de farelo.
Como resultado, a receita com a exportação do complexo soja teve um crescimento de 30,6% em relação ao mesmo período de 2015. A soja não é, de forma nenhuma, um caso isolado. Nos últimos 12 meses as exportações de milho atingiram 36,00 milhões de toneladas, um total surpreendente dada a concorrência que esse produto encontra no mercado internacional. E o País já se tornou o maior exportador de carne de frango in natura.
Como os fatos têm demonstrado, empresas e cooperativas ligadas ao agronegócio já adquiriram know-how e têm ânimo para explorar novos mercados e ampliar aqueles em que já penetraram, como os de países asiáticos, que constituem o principal destino das exportações agropecuárias brasileiras.
Fonte: O Estado de S. Paulo. 17 de maio de 2016.
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