Foto: mixpalestras.com.br
Ex-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, participou, em 20 de agosto, de um bate-papo cujo tema foi "passado e presente da proteína de aves e suínos".
Turra destacou a importância de sua equipe e do planejamento ao entrar na Associação Brasileira de Proteína Animal - ABPA, "Tive uma equipe muito boa quando entrei, com uma série de questões que podíamos fazer mais e ir avançando bastante. Propusemos um planejamento que não olhava só um ano, mas sim uma década; por tudo o que vi passando pelo Ministério da Agricultura e pela Conab, eu sabia que podíamos nos tornar um gigante. Hoje, somos o maior exportador de frango, quarto maior exportador de suínos. Abrimos muitos mercados que são, mercados-chave em nossa visão, Filipinas, Vietnã, China e Índia. Iniciamos um trabalho de longo prazo com a equipe que tínhamos, fizemos a quatro mãos, nós mesmos, abrindo os caminhos, contatos, fazendo da Associação uma plataforma de negócios e cuidando do profissionalismo do produtor, do integrado, aquilo que a UBA (União Brasileira de Avicultura) já havia iniciado."
Turra destacou o crescimento na participação das exportações no período da pandemia e abordou a importância do SIAVIS (Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura) e de Ricardo Santin, seu sucessor na ABPA: "O SIAVS deixou de ter uma importância somente comercial e hoje, principalmente, favorece e promove de forma pública questões sociais e políticas do setor no Brasil e no mundo. Atualmente, estou entregando o cargo para uma pessoa que eu preparei a mão, que é amigo, leal, competente e foi importantíssimo no decorrer destes anos. Tive a sorte, quando fui à Conab, de levar pessoas de minha inteira confiança e reconhecida idoneidade. Entre as pessoas que encontrei, uma das primeiras foi o professor Ricardo Santin, para o cargo de assessor, sendo meu interlocutor dentre os demais órgãos que estavam presentes na Conab. Graças a sua presença conseguimos ganhar o prêmio de melhor empresa pública no Brasil, reduzindo os desvios de grãos de 12% para 1% no período. O Santin se destacou como um estudioso do setor, ele conhece a vida do setor e foi, além de tudo, um verdadeiro coração da ABPA ao meu lado nos momentos mais difíceis."
Turra também falou sobre os inúmeros desafios vividos pelo setor nos últimos anos, como as operações policiais deflagradas nos últimos anos, e, principalmente da pandemia de covid-19. "Vivemos inúmeros desafios negativos, a operação carne fraca, operação trapaça. Na época da carne fraca, lembro de manchetes como ’O brasil vende carne podre para o mundo’, e isso me preocupou demais, pois não procuraram investigar, ir a fundo e mostrar onde estavam as irregularidades e problemas. Eu fiquei mal, sofri muito à época e fui hospitalizado. Na pandemia, tivemos um desafio enorme. Levar às autoridades a noção de missão de guerra que estávamos travando, devendo proteger, mas, produzindo. A comunicação foi o que nos fez vencer, cheguei a dar oito entrevistas por dia, mostrando e trazendo a compreensão das autoridades públicas e da comunidade que pior seria uma crise de fome e, principalmente, para nos reunirmos quanto a organização, protocolos e caminhando juntos. Tivemos na pandemia uma visibilidade maior que no período em que trabalhávamos na Faria Lima, em nosso escritório. Trabalhamos diversas maneiras de nos comunicarmos de modo que, praticamente, realizamos um tratado com 20 vídeos, mostrando tudo que cada empresa realizou, com depoimentos dos colaboradores, as medidas tomadas pela empresa, os novos empregos gerados. Agimos diferente dos EUA, que agiram em desespero e precisaram enterrar milhões de animais."
Por fim, Turra falou sobre a notícia recente de que a China havia encontrado covid-19 em um lote de carne de frango exportada pelo Brasil e seus impactos no setor. "Não foi nenhuma autoridade chinesa, foi no interior de uma província, Shenzhen, que encontraram partes do núcleo de ácido nucleico morto, na superfície de um produto. As pessoas foram testadas sem resultados positivos, porém, isso serviu para um estrago bárbaro. Porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) veio em nossa defesa, prontamente mostrando que estava fora de qualquer parâmetro, sendo que um vírus inativo pode ter sido algo contraído na passagem, nos 40 dias de navegação até chegar, o produto in natura, vivo, não teria como comportar o vírus. ".
Turra encerrou a live com a frase "Estamos juntos. Continuamos juntos. Tenho a sensação de dever cumprido. Fazer o bem, fazer bem, vale a pena. Principalmente quando fazemos em favor de causas e ideias, que foi o meu caso. Estou dizendo apenas até logo."
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