• Domingo, 15 de dezembro de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Concentração fortalece preço do boi, afirma JBS


Terça-feira, 31 de agosto de 2010 - 10h06

O presidente da JBS, Joesley Batista, disse, na sexta-feira, que a concentração do setor de frigoríficos de carne bovina no Brasil não prejudica o produtor de gado. Pelo contrário. A uma plateia de estudantes, representantes do agronegócio e consultores, em seminário do Pensa, na Universidade de São Paulo (USP), Batista afirmou que a concentração permite que as empresas do setor cresçam, o que vai "beneficiar o produtor". De acordo com o presidente da JBS, "quanto mais o setor se concentrou no Brasil, mais o preço do boi subiu". Ele disse que há alguns anos, a arroba do boi gordo estava na casa dos US$ 20 no Brasil. Atualmente, já supera os US$ 50. Essa mudança de patamar é, segundo ele, um reflexo da internacionalização e da concentração no setor de frigoríficos. "Antes, quando havia um monte de pequenos [frigoríficos] se debatendo, só se vendia barato ao exterior. Isso mudou". No novo cenário, disse, é possível vender carne com preços mais altos ao exterior e, assim, pagar mais pelo boi ao pecuarista. Após a aquisição de várias empresas no exterior, a JBS detém hoje 30% do comércio internacional de carne bovina e 50% das exportações brasileiras do segmento, segundo Batista. Conforme o empresário, "a internacionalização mais do que dobrou o preço do boi". Em sua opinião, "não é só o câmbio" que explica a elevação dos preços da arroba em dólar. "O câmbio é só um dos fatores", argumentou. Rui Prado, presidente da Federação de Agricultura de Mato Grosso (Famato), que esteve no seminário, afirmou que a concentração preocupa os criadores do Estado, onde apenas duas empresas - JBS e Marfrig - têm 60% do abate. Outra questão do encontro, em que Joesley Batista falou sobre a gestão da JBS, foi o desafio de digerir todas as aquisições feitas pela companhia e implantar a cultura da empresa nesses locais. O caso da Inalca JBS, na qual a brasileira vive uma disputa judicial com o sócio, foi mencionado. "Na Itália, temos que ter pessoas tão competentes quanto eu ou mais", disse. A JBS entrou na Câmara de Comércio Internacional de Paris contra o grupo Cremonini, pedindo a arbitragem sobre questões de governança. Batista não comentou o processo. Fonte: Valor Econômico. Por Alda do Amaral Rocha, 30 de agosto de 2010.
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja