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Scot Consultoria

Preços agropecuários em SP encerram agosto em alta de 1,61%


Segunda-feira, 13 de setembro de 2010 - 10h47

No período analisado, 12 produtos apresentaram alta de preços (9 de origem vegetal e 3 de origem animal) e 8 apresentaram queda (5 de origem vegetal e 3 de origem animal). IEA-SP O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) encerrou o mês de agosto de 2010 com alta de 1,61%. O IqPR-V (produtos de origem vegetal) registrou ligeira elevação de 0,86%, enquanto que o IqPR-A (produtos de origem animal) fechou o mês com alta significativa de 3,47%. Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, devido a sua importância na ponderação dos produtos, os índices IqPR e IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) terminaram o mês com índices positivos, fechando em 3,74% e 3,99%, respectivamente. Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas neste mês foram: tomate para mesa (57,86%), soja (11,21%), milho (8,15%), carne suína (7,77%), carne bovina (6,00%) e trigo (5,24%). No caso do tomate de mesa, o aumento no período é mais uma recuperação dos preços, em virtude das baixas cotações verificadas no período anterior, manifestando tendência de alta para o produto. Essa majoração de preços ganhou intensidade devido às baixas temperaturas nas primeiras semanas de agosto que afetaram a produção. Ressalte-se que, mesmo com esta recuperação os preços ainda estão muito abaixo do pico alcançado no ano passado. Na soja, milho e trigo, problemas climáticos de seca na Austrália, Rússia e Ucrânia elevaram os preços no mercado internacional e criaram expectativas no mercado financeiro de aposta na alta dos alimentos no mercado futuro. Para a carne suína, o consumo interno aquecido do produto propiciou a elevação dos preços, mesmo com as exportações em declínio não permitindo um aumento maior no período. Cabe salientar que os custos de produção de suínos estão subindo, em virtude dos aumentos das cotações do milho e da soja, o que possivelmente acarretará um movimento altista para os próximos meses. Na carne bovina, a seca tem afetado severamente as regiões produtoras, reduzindo a qualidade das pastagens (a principal fonte de alimentos dos bovinos), que gerando menor oferta de animais no peso de abate, impacta num processo de ascensão nos preços da arroba. O movimento de recuperação nas vendas para o exterior também tem influenciado essa subida na cotação bovina recente. Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços em Agosto foram: batata (20,24%), feijão (11,64%), amendoim (8,62%) e ovos (3,32%). Os preços da batata apresentam queda acentuada em decorrência da maior entrada desse produto no mercado no momento atual, diferente das altas cotações que ocorreram no segundo trimestre. No feijão, as colheitas do final da safra das secas (que teve seu plantio atrasado por limitações climáticas em razoável proporção) e as expectativas de maior produção da safra de inverno, reverteram as tendências, dando início a quedas expressivas dos preços que se aproximam dos custos de produção. Pouco atrativa porque não remuneradora para os lavradores, essa configuração poderá afetar o plantio da safra das águas. Para o amendoim, a retração do preço se deve a ajustes nos estoques de passagem, ainda que os preços atuais para o produtor estejam mais altos do que o mesmo período do ano passado. A tendência natural das aves é o aumento da postura em função do maior número de horas de insolação por dia, o que acontece de junho a dezembro, provocando maior oferta e menores preços dos ovos. Resultados acumulados - Nos últimos doze meses, as principais quedas ficaram por conta das olerícolas - tomate para mesa (53,92%) e batata (26,20%) - fundamentalmente face à situação conjuntural: neste ano a grande oferta se contrapõe à situação de 2009 quando se teve preços altos. No caso dos grãos, produtos que são commodities relevantes do mercado internacional, nota-se queda dos preços do trigo (17,70%), da soja (14,93%) e do arroz (4,73%). Para a soja, a menor renda dos lavradores deriva de exportações que sofreram os impactos dos preços internacionais cadentes e do câmbio valorizado. No trigo e no arroz, as possibilidades de importações mais baratas, pelo efeito câmbio, derrubam os preços internos. Em situação inversa de altas expressivas, em relação ao similar período de 2009, destaca-se a laranja para a indústria (154,15%) e a laranja para mesa (117,48%), que reverte a situação de vigência dos menores preços da década vivenciada há 12 meses. Em seguida, têm-se o algodão (51,56%) e o amendoim (36,34%) mostrando situação em que a oferta brasileira, nesta safra, está manifestamente menor que a demanda interna. No caso do amendoim, o Brasil ocupa posição de destaque no mercado internacional e no algodão a agroindústria têxtil enfrenta a diminuição dos estoques internacionais neste ano. No caso do feijão (30,62%), os preços no corrente ano se mostram bem mais elevados que os vigentes no ano passado quando estiveram muito baixos, configurando uma trágica gangorra sedimentada pela ausência de mecanismos de políticas públicas que configurem maior estabilidade da renda. Também apresentam preços mais altos, em relação ao ano anterior, como decorrência dos maiores preços internacionais, o café (25,07%) e a cana-de-açúcar (21,19%), cujas cotações internas crescem mesmo com o câmbio valorizado. No caso da cana, os preços do açúcar, devido à quebra da safra da Índia, respondem pela persistência do viés de alta, numa atividade de lavoura perene que exige prazo para se reajustar. Nos produtos animais, as altas na carne suína (30,36%) são derivadas do mercado internacional (aumento das cotações) e aumento do consumo interno; para carne bovina (11,59%) pelos preços baixos pagos no ano passado e pela redução da oferta de animais para abate. A carne de frango e os ovos apresentam aumento de 6,76% e 4,43% respectivamente em 12 meses, próximos ao índice de inflação. Interessante verificar que os preços agropecuários tiveram aumento puxado pelos produtos vegetais entre os meses de agosto de 2009 a maio de 2010, e recuo nos meses de junho e julho ocasionado principalmente pela queda dos preços da cana-de-açúcar. Em agosto de 2010, volta-se a apresentar ascensão, puxados especialmente pelo reajuste dos grãos (soja e milho). Os produtos animais mostram queda e estabilidade até janeiro de 2010, mantendo-se crescentes nos meses seguintes. Fonte: Instituto de Economia Agrícola. 10 de setembro de 2010.
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