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Brasil deve atingir meta de reduzir fome pela metade, diz FAO


Quarta-feira, 15 de setembro de 2010 - 09h58

No entanto, os incentivos dados aos pequenos produtores são insuficientes Agência EstadoA-A+O Brasil deverá atingir a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir pela metade o número de famintos no País. A avaliação é a da FAO, agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura, que destacou que o Brasil faz parte de um grupo de 28 países que estão a caminho de atingir o objetivo até 2015. Outros 18 já cumpriram o compromisso. Hoje, a organização não governamental (ONG) ActionAid classificou o Brasil como o país que mais fez progressos na luta contra a fome e a pobreza no ano, mas alertou que é um dos piores no que se refere ao acesso a terras. Já o Programa Mundial de Alimentação da ONU classificou os esforços brasileiros como os mais produtivos no mundo em 2009. Pelas metas estabelecidas pelos governos, a fome deveria ser reduzida pela metade até 2015 em comparação com os índices de 1990. O levantamento da FAO indica que a prevalência da fome no Brasil caiu de 11% da população no início dos anos 90, para 6% em 2007. Em números reais, a subnutrição que atingia 17,1 milhões de pessoas em 1990 afetou 12,1 milhões de pessoas em 2007. Na America Latina, são 53 milhões de pessoas passando fome. "O Brasil está quase atingindo a meta", confirmou o diretor da FAO, Jacques Diouf. A FAO atribui a queda do número de famintos no Brasil não apenas aos programas sociais mas também à queda dos preços dos alimentos durante o auge da crise financeira. Outro fator fundamental teria sido a taxa de crescimento da economia, assim como ocorreu com outros países emergentes. “O Brasil está batendo a fome e nenhum outro país do mundo fez igual", afirmou a diretora do Programa Mundial de Alimentação da ONU, Josette Sheeran. Para ela, o Bolsa Família tem evitado que famílias vulneráveis voltem a cair no ciclo da fome diante de choques e crises. "Graças a programas como esse, o Brasil conseguiu evitar que a crise dos alimentos nos anos 2007 e 2008 tivesse um impacto negativo. Esse tipo de ação é crítica e mostra que países precisam de redes de proteção social se querem escapar das crises", disse. Segundo ela, o Brasil deixou de sair um país receptor de ajuda alimentar e passou a ser doador. O mesmo fenômeno ocorre na China. Já a ONG ActionAid, em um relatório separado lançado hoje, indicou o Brasil como o primeiro colocado entre os governos que mais fizeram progressos na luta contra a pobreza e a fome. Esse foi o segundo ano consecutivo que o Brasil liderou o ranking. Num total, 28 países foram avaliados, considerando políticas de redução da fome, proteção social e incentivos a pequenos produtores agrícolas. O Brasil supera os esforços da China e do Vietnã. O último lugar no ranking é ocupado pela República Democrática do Congo. Apesar de elogiar os programas sociais brasileiras, a ONG alerta que o acesso à terra e os incentivos dados aos pequenos produtores no País ainda são insuficientes. Dos 28 países analisados, apenas Guatemala e o Congo têm situações piores que a do Brasil em termos de terras. "O governo (brasileiro) começou a investir muito mais na agricultura em pequenas propriedades. Entretanto, ainda há um longo caminho para acabar com a fome e reagir às imensas desigualdades históricas que existem entre os pequenos e grandes produtores", diz a entidade britânica. "O Brasil tem tido a tendência de concentrar seu investimento em agribusiness, o que contribuiu para a concentração de terras nas mãos de um pequeno número de pessoas", completou a entidade, que também destaca os riscos da expansão do etanol. Fonte: Agência Estado. 14 de setembro de 2010.
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