Para Evans, da Pfizer, próxima onda de marcadores da empresa ajudará na seleção de animais resistente a doenças. O mercado de marcadores genéticos para a pecuária brasileira ganhou mais um concorrente. Depois da Merial, que iniciou suas atividades no segmento em 2007, e da Intervet, que em maio deste ano apresentou seus marcadores em parceria em parceria com a brasileira Genoa, foi a fez da Pfizer colocar no mercado sua linha de produtos.
Depois de dois anos e meio de pesquisas, a empresa apresentou ontem para clientes um painel com os 12 primeiros marcadores, identificados e desenvolvidos exclusivamente para animais da raça nelore. No Brasil, a espécie representa aproximadamente 80% do rebanho nacional.
Os marcadores genéticos - sequências de genes que determinam uma característica do animal - da Pfizer avaliam a idade ao primeiro parto, a probabilidade de parto precoce, o stayability (tempo que uma fêmea permanece no rebanho), produtividade acumulada, peso aos 120 dias de idade, aos 365 e 450 dias, habilidade materna aos 120 dias, circunferência escrotal aos 365 e aos 450 dias, área de olho de lombo (medida de rendimento da carcaça) e espessura de gordura.
"Depois da crise da pecuária nos anos de 2005 e 2006 o setor se recupera e vive agora um bom momento e queremos aproveitar essa situação", afirma Jorge Espanha, diretor da divisão de saúde animal da Pfizer.
Segundo o executivo, o potencial do mercado de marcadores no Brasil gira ao redor de R$ 70 milhões, considerando um universo entre 6 milhões e 8 milhões de animais que são inseminados anualmente. Nesse cenário, a expectativa da empresa é abocanhar uma fatia entra 10% e 15% do mercado nos 12 primeiros meses de atuação.
"Gostamos de ter segurança nos produtos que levamos ao mercado e agora conseguimos isso. É um produto desenvolvido para o mercado brasileiro, junto com associações nacionais", justifica Espanha, sobre a demora para se entrar no mercado em relação às duas principais concorrentes.
Apesar do atraso, a empresa já prepara mais uma série de marcadores para pecuária, sendo alguns voltados diretamente para o Brasil. Além das 12 características lançadas ontem, Nigel Evans, vice-presidente da Pfizer Saúde Animal, garante que as pesquisas da empresa já buscam marcadores para selecionar os animais mais resistentes a doenças.
"A pecuária de corte está ficando cada vez mais intensiva no Brasil e isso tende criar um ambiente mais favorável para proliferação de doenças. Dessa forma, existe um mercado para a ser explorado", afirma Evans. Ele lembra que as pesquisas globais com marcadores consumiram investimentos da ordem de US$ 15 milhões nos últimos dois anos. O valor se justifica, segundo ele, porque o mercado global movimenta por ano cerca de US$ 500 milhões.
"A adoção de novas tecnologias no Brasil é muito rápida. O país é o segundo maior mercado para a Pfizer saúde animal, atrás dos Estados Unidos, mas acredito que na área de genética poderá ser o primeiro em mais alguns anos", afirma Evans.
Além do Brasil, Evans destaca como potenciais mercados para os marcadores países como Estados Unidos, membros da União Européia, além da Austrália e Argentina. "Além do nelore, teremos uma estratégia global para marcadores da raça angus, que tem importância mundial e é a segunda maior no Brasil", adianta o executivo.
Fonte:
Valor Econômico. Por Ana Paula Paiva e Alexandre Inácio, 15 de setembro de 2010.
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