Italiano barra executivo brasileiro. Desentendimento entre os sócios da Inalca JBS está longe de terminar
O desentendimento entre a JBS-Friboi e o Cremonini, que são sócias na joint venture Inalca JBS, está longe de parar. Nesta terça-feira o frigorífico brasileiro informou que grupo italiano impediu a entrada do executivo da companhia, Aparecido Gilson Teixeira, na fábrica de Angola da Inalca.
O representante da JBS teria uma reunião com o diretor da unidade africana para verificar localmente como a Inalca Angola vem atingindo os resultados financeiros e operacionais e que os administradores delegados se negam a informar com detalhes ao sócio JBS.
Segundo a produtora de carne, a visita foi agendada há cerca de 30 dias e confirmada na semana passada após a conclusão dos diretores da Inalca JBS de que Teixeira, Marco Bicchieri e Francisco Assis da Silva, indicados pelo frigorífico brasileiro para serem membros do conselho da joint venture, são inelegíveis para assumirem tais cargos.
Nesta segunda-feira, ao chegar à fábrica, Teixeira foi surpreendido com a informação de que não poderia entrar, por determinação do administrador delegado da Inalca, Paolo Boni.
Medida cautelar
A JBS ainda informou que deverá ajuizar uma medida cautelar na Justiça angolana para lhe permitir, na qualidade de sócia, o pleno acesso aos dados da empresa em Angola, conforme determina a legislação societária da África e de acordo com os seus direitos firmados no Acordo de Acionistas com o Cremonini.
A batalha legal entre o Cremonini e a JBS começou no início de julho. O presidente do conselho de administração da Inalca JBS, Marco Bicchieri, declarou que, com o agravamento das relações entre o grupo italiano Cremonini e o frigorífico brasileiro, não há mais condições de manter a sociedade. A Inalca JBS representa atualmente cerca de 2% da receita total do grupo.
Assembléia
Na assembléia de acionistas que será realizada na próxima sexta-feira, a JBS pedirá a destituição dos atuais administradores delegados da Inalca JBS - Luigi Cremonini, Paolo Boni e Luigi Scordamaglia, do Cremonini.
Se houver consenso, o frigorífico brasileiro entrará com pedido na Justiça de Modena (Itália) para a liquidação oficial da joint venture.
Fonte: Monitor Mercantil. 21 de setembro de 2010.