Duas invasões de propriedades voltam a deixar os produtores rurais de Mato Grosso do Sul em estado de alerta. Grupos indígenas invadiram no final de semana uma propriedade em Bonito e outra em Douradina, intensificando o clima insegurança no campo registrado no Estado.
Os proprietários da fazenda de 817 hectares invadida em Bonito têm um termo de manutenção de posse concedido pela Justiça em 2003, quando a propriedade foi invadida pela primeira vez. “Não foi suficiente para afastar os invasores”, ressaltou o filho da proprietária, Rodrigo de Oliveira Vargas. Uma negociação intermediada pelo Sindicato Rural de Bonito e pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) fez com que os invasores – índios da tribo Kadwéu – se retirassem do local no domingo, um dia depois da invasão.
A invasão de Douradina teve um desfecho mais grave, com o confronto entre proprietários e indígenas da tribo Kaiowá, na manhã desta terça-feira (21.09), que felizmente não teve repercussões mais graves. Segundo o presidente do Sindicato Rural do Município, Cláudio Pradella, esta é a terceira vez que a propriedade, de 150 hectares, é invadida em duas semanas. Os proprietários ingressaram na justiça com o pedido de reintegração de posse.
O presidente do Sindicato Rural de Bonito disse que os produtores estão indignados. “Não dá para conviver com essa rotina que está se espalhando pelo Estado”, desabafa. Para o presidente da Famasul, a solução dos conflitos passa pela vontade política das instituições que direta ou indiretamente têm responsabilidade sobre as questões agrárias. “Tanto produtores rurais como indígenas são vítimas do descaso do poder público federal em solucionar o problema”, enfatiza.
Fonte: Famasul. 22 de setembro de 2010.