A indústria avícola da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai decidiu hoje pedir aos governos de seus países atenção especial às demandas do setor nas negociações do Mercosul com a União Europeia. "Não estabelecemos ainda os números, mas decidimos pedir que a avicultura tenha uma pauta de negociação especial dentro do tema agrícola", disse à Agência Estado, em Buenos Aires, o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra.
Reunidos na capital portenha nesta segunda-feira, representantes da indústria aprovaram um documento no qual solicitam também que os negociadores trabalhem pela abertura do mercado europeu, estabelecendo uma tarifa média e sem o limite de cotas. "Esse é o pleito maior porque hoje estamos aprisionados pelo regime de cotas", ressaltou Turra, afirmando que a indústria quer acompanhar de perto as negociações. Ele destacou que o texto será encaminhado imediatamente, já que haverá uma rodada de negociações entre os dois blocos no próximo dia 10.
O presidente do Centro de Empresas Processadoras Avícolas da Argentina (Cepa), Roberto Domenech, disse que esse acompanhamento será feito por meio do foro criado em 31 de agosto passado, na reunião do grupo realizada em Porto Alegre. "Esse foi o terceiro encontro neste ano e o primeiro do foro, que não só pretende acompanhar a negociação com a UE como todas aquelas que envolvam o Mercosul", afirmou. A ideia, continuou, é que os quatro países do bloco regional tenham um critério único e de consenso para levar como proposta aos representantes oficiais nas negociações.
"Queremos ir fundo nas negociações porque isso é fundamental tanto pelo espaço que Brasil tem como pelo que o Mercosul vai representar mundialmente em termos de produção de proteína animal", alertou Domenech. O objetivo da indústria é fechar uma pauta comum não só para acesso a terceiros mercados, mas também no que diz respeito à defesa e proteção do setor e aplicação de normas sanitárias. Neste sentido, também decidiram pedir explicações à Bolívia sobre os controles sanitários naquele país. "Fomos avisados, por nosso representante na Bolívia, que estava havendo um afrouxamento no cuidado sanitário, e nós queremos dureza nessa questão que é fundamental para a indústria", arrematou Turra.
Fonte: Agência Estado. 27 de setembro de 2010.