O índice de preços dos produtos de origem vegetal ficou acima deste patamar, com elevação de 4,06%. Já o índice de preços dos produtos de origem animal fechou em alta de 2,63%.
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor, subiram 3,65% na terceira quadrissemana de outubro, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (IEA/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.
As altas mais expressivas ocorreram nos preços da batata (43,65%), do feijão (33,00%), do amendoim (18,36%), da laranja para mesa (11,85%), da banana nanica (10,36%), do milho (9,27%), da carne suína (6,53%) e da carne de frango (4,82%). A menor oferta de batata, olerícola perecível, produziu significativo aumento nas últimas semanas, dizem os pesquisadores José Alberto Ângelo, José Sidnei Gonçalves, Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini e Eder Pinatti.
No caso do feijão, a escassez conjuntural decorrente do atraso de safra - estiagem prolongada de meio de ano, que atrasou a entrada do feijão novo (em especial nas principais regiões produtoras do Sul-Sudeste) – fez com que os preços seguissem a escalada de aumento, o que ganha ritmo com o aprofundamento da menor disponibilidade do produto, dizem os analistas do IEA. Assim, há pouco a fazer pela impossibilidade de importações em quantidades elevadas e qualidades desejáveis. Esta pressão altista somente será revertida com as primeiras colheitas de feijão novo da safra de verão que ocorrerão mais para o fim do ano.
Quanto ao amendoim, além do ajuste decorrente de situação de menor oferta, manifestam-se as pressões de demanda e os mesmos efeitos de atraso de safra ocasionado pela estiagem que postergou a perspectiva de entrada da colheita de verão, formando expectativas altistas.
Os preços da laranja de mesa forram pressionados para cima pela demanda da agroindústria citrícola, no mercado livre de laranja in natura, numa conjuntura de produção menor na presente safra, associada à elevação do consumo com os primeiros dias mais quentes deste segundo semestre.
Já os preços da banana comumente atingem seu pico na primavera, quando há maior propensão ao consumo e quando a oferta é prejudicada pelas ondas de frio dos meses anteriores que retardaram a formação dos cachos.
No caso do milho, as pressões de demanda em especial pela estrutura de produção de granjeiros (suínos e aves) em plena entressafra elevaram os preços. Também contribuiu para esse movimento as sinalizações de alta do preço do produto no mercado internacional.
Um movimento conjunto de altas tem início nas carnes (bovina, suína e de frango), produtos complementares, como reflexo da seca que tornou escassa a oferta de bovinos para o abate. Isto acabou refletindo no deslocamento do consumidor para outras carnes. Essa pressão manifesta-se com maior força sobre a carne suína dada a característica de substituto perfeito no segmento das carnes vermelhas. De outro lado, as exportações de carnes também pressionam os preços internos numa realidade de oferta limitada de alimentação (pasto para bovinos e milho para o frango).
As quedas mais fortes foram verificadas nos preços do tomate para mesa (4,62%), dos ovos (2,80%), do café (2,18%) e da laranja para indústria (1,50%).
Fonte. Assessoria de Comunicação da Apta. 27 de outubro de 2010