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Scot Consultoria

SLC Agrícola traça ambicioso avanço no mercado de terras


Quinta-feira, 28 de outubro de 2010 - 09h26

Batizada de LandCo, a empresa de comercialização de terras da SLC Agrícola ainda não foi oficialmente constituída, mas já trabalha com planos ambiciosos. A companhia deverá nascer até o primeiro trimestre do ano que vem com 90 mil hectares e capital para agregar mais 150 mil em três anos. Em 2013, portanto, poderá contar com 240 mil hectares, em áreas de Cerrado que hoje têm forte potencial de valorização. Com a criação da nova empresa, o grupo pretende agregar valor àquelas que considera serem suas maiores expertises: de um lado, a produção agrícola em si, que permanecerá sob a responsabilidade da SLC Agrícola; do outro, a compra e a venda de terras, que ficará com a LandCo. A nova empresa terá como foco a aquisição de terras com potencial de valorização, explica o diretor-presidente da SLC Agrícola, Arlindo Moura. Em seguida, diz, essas terras serão arrendadas para a própria SLC Agrícola, que poderá ocupá-las com a produção de grãos. Quando as propriedades alcançarem valores satisfatórios, poderão ser vendidas pela LandCo, em um ciclo contínuo. Com base no histórico de negociação de terras da SLC Agrícola nos últimos 10 a 15 anos, explica Moura, o potencial é que os ativos ofereçam uma rentabilidade anual da ordem de 19% a 20%. Os 90 mil hectares iniciais serão transferidos à LandCo pela SLC Agrícola - que, assim, passará a ter 51% da nova companhia. A fatia restante deverá ser vendida a fundos soberanos estrangeiros - entre os principais estão os de países como Qatar, Dubai, China e Cingapura. "Já estamos negociando com alguns fundos. A ideia é que seja um pool deles", afirma Moura. Por questões estratégicas, o presidente da SLC Agrícola não informou o valor de mercado das terras que serão transferidas, tampouco de quanto será o aporte dos futuros sócios pela participação de 49% da LandCo. "Ainda estamos em negociação e divulgar esses valores pode atrapalhar o andamento", justifica o executivo. Ele diz que as novas terras adquiridas serão uma combinação de áreas degradadas e produtivas, sobretudo no Piauí, onde há ainda muitas áreas para serem abertas, mas também em Tocantins e Maranhão. "Mato Grosso também continua sendo uma oportunidade. Há muita pastagem degradada, pouco produtiva", afirma. Moura planeja que a nova empresa inicie a venda das terras ao final do período de três anos de investimentos, e em um ritmo de uma fazenda por ano. "Também pode haver um novo aumento de capital ao final desse período para ampliar as aquisições. Com os mesmos investidores ou com outros", afirma. Moura admite temer que a restrição de compra de terras por estrangeiros venha a atrapalhar os planos da companhia em dez ou 15 anos, na medida em que pode diminuir a liquidez dos ativos. De qualquer forma, a companhia segue em frente com seu negócio, apesar de considerar que deve vir pela frente uma "interessante" briga jurídica. "A lei à qual se refere a restrição é de 1971 e previa a existência de empresas estrangeiras e nacionais. A Constituição de 1988 vetou essa segregação e passou a considerar que todas as empresas instaladas no Brasil são brasileiras. Por isso, ao nosso ver, essa restrição é inconstitucional". Quando foi fundado, há 66 anos, o grupo SLC, hoje controlador da SLC Agrícola, tinha como foco investir na compra de terras e na produção de máquinas agrícolas - na época, em uma joint venture com a americana John Deere. Em 1999, a empresa tinha cinco fazendas na região Centro-Oeste, quando desfez a parceria com a John Deere, que durou 20 anos. Com os recursos passou a investir mais no braço agrícola do grupo, que neste ano completa 33 anos. Foi a partir daí que a SLC Agrícola começou a avançar mais fortemente na produção de grãos e algodão, até abrir o capital em 2007 e se tornar a maior companhia agrícola e de terras do país. Atualmente, a SLC Agrícola tem 237 mil hectares de terra própria e cultiva 223 mil hectares de soja, milho algodão, trigo e café. Registrou no ano passado receita líquida de R$ 597 milhões. Fonte: Valor Econômico. Por Fabiana Batista. 27 de outubro de 2010.
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